Pesquisa CNI mostra que 77% da população reduziu o consumo neste período de isolamento social.
Os impactos da pandemia já deixam uma marca nos brasileiros. A população está gastando menos e, segundo pesquisa encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), pretende manter o ritmo reduzido de gastos neste momento. O impacto na renda e o medo de desemprego levaram 77% dos entrevistados a diminuir o consumo neste período de isolamento social.
Os produtos que tiveram maior redução no consumo foram calçados (40%), roupas (37%), cosméticos (32%) e móveis (31%). Questionados sobre o comportamento após a pandemia, a maioria, com percentuais que variam entre 50% e 72% (a depender do setor em questão), planeja manter o mesmo ritmo atual de consumo.
A pesquisa mostra que a maior parte dos trabalhadores está com medo de perder o emprego — são 77% dos entrevistados. Entre as pessoas ouvidas, 4 em cada 10 perderam poder de compra; 23% perderam totalmente a renda; e outros 17% tiveram redução na renda.
Apesar do cenário negativo em relação à economia, a sondagem indica apoio ao isolamento social (86%). E quase todos (93%) tiveram a rotina alterada por causa da pandemia. Apenas 30% falam em voltar à rotina igual à que tinham antes da pandemia.
O brasileiros também passaram a se preocupar mais com a doença. Em março, o percentual dos que a achavam grave era de 64%; hoje é de 80%. A expectativa de 74% dos entrevistados é que o número de mortes no País aumente nos próximos 15 dias.
Para o presidente da CNI, Robson Andrade, as atenções dos governos, das empresas e da sociedade devem estar voltadas, prioritariamente, para preservar vidas.
“Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a sobrevivência das empresas e com a manutenção dos empregos. É preciso estabelecer uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja possível promover uma retomada segura e gradativa das atividades empresariais”, opina.
Ele afirma ainda que o trabalho para recuperação da confiança na economia será longo. “Mas devemos manter a confiança na ciência e na resistência da nossa economia”, diz.
A pesquisa da CNI, encomendada ao Instituto FSB, ouviu 2.005 pessoas de todas as unidades da federação entre os dias 2 e 4 deste mês. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.