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Reino Unido continua em ‘lockdown’

Governo do Reino Unido quer retomar atividade de profissionais que não podem trabalhar de casa

O Reino Unido continua em “lockdown”, mas todos os que não podem trabalhar de casa —como os empregados da indústria ou da construção— devem retomar suas atividades, anunciou neste domingo (10) o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

A nova orientação, chamada por Boris de “mudança de ênfase”, procura equilibrar o combate à pandemia de coronavírus com medidas para reduzir os danos à economia do país.

Nesta semana, o Banco Central britânico estimou que a economia do país possa encolher 14% em 2020, a maior contração anual desde os 15% de 1706, de acordo com estimativa feita com os dados históricos.

?“Dissemos que você deveria trabalhar em casa sempre que possível e ir ao trabalho apenas quando fosse indispensável. Agora precisamos enfatizar que qualquer pessoa que não possa trabalhar em casa, por exemplo, em construção ou na indústria, deve ser incentivada a ir trabalhar”, disse ele no pronunciamento.

Os trabalhadores devem evitar o transporte público, que, por causa do risco de contágio, terá capacidade reduzida, e preferir bicicletas ou caminhadas, recomendou o premiê. Neste último sábado (9), o governo britânico anunciou um plano de emergência para multiplicar as ciclovias no país e alargar calçadas, para estimular a população a não trocar metrô e ônibus por carros.

O governo também vai liberar totalmente os exercícios ao ar livre. “Você pode sentar-se ao sol no parque, dirigir para outros destinos, pode até praticar esportes, mas apenas com membros de sua própria casa”, afirmou Boris.[ x ]

Para garantir a obediência às regras de distanciamento social, as multas para quem desrespeitá-las serão aumentadas.

No segundo passo, “o mais tardar em 1º de junho”, devem ser reabertas lojas e retomadas aulas no ensino primário, segundo o prmeiro-ministro. O terceiro passo, previsto para julho “se e somente se os números o apoiarem”, será reabrir cafés, bares, restaurantes e hotéis, “desde que com proteção ao contágio e distanciamento físico”.

Para monitorar os progressos entre um passo e outro, o premiê anunciou um sistema de alerta contra a pandemia com cinco níveis, determinados principalmente pela taxa de infecção (R), que indica para quantas pessoas em média cada doente transmite o coronavírus. Quando o R é maior que 1, o contágio cresce exponencialmente, acelerando a expansão da doença.

Na escala britânica, que será detalhada nesta segunda em audiência no Parlamento, o “lockdown” só pode ser relaxado quando o R for menor que 1, o que determina a saída do grau 4 para o 3.

Boris Johnson afirmou que os cálculos indicam que o R britânico está próximo de 0,9, mas que ainda não é o momento de recuar ao nível 3.

“Todos os dias, com dados cada vez mais amplos, estaremos monitorando o R e o número de novas infecções. Se começarmos a cumprir as condições que estabeleci, em algumas semanas e meses poderemos ir além”, disse o premiê.

Os números serão medidos em nível local, regional e nacional. “Se houver surtos, se houver problemas, não hesitaremos em pisar no freio.”

Boris anunciou também que haverá quarentena obrigatória para todos os que chegarem ao país por via aérea.

Cartazes ridicularizam campanha contra o coronavírus do premiê britânico Boris Johnson, que trocou o slogan fique em casa pelo fique alerta
Britânicos criticam novo slogan de Boris Johnson contra o coronavírus .Cartazes ridicularizam campanha contra o coronavírus do premiê britânico Boris Johnson, que trocou o slogan fique em casa pelo fique alerta 

Uma exceção para viajantes vindos da França foi acordada em conversa neste domingo entre Boris e o presidente francês, Emmanuel Macron. Segundo comunicado do governo britânico, “medidas de ambos os lados serão tomadas de maneira concertada e recíproca”, com base em um grupo de trabalho binacional.

Em princípio, o novo sistema se aplicará apenas à Inglaterra. A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, criticou a “mudança de ênfase” na mensagem britânica, que trocou o slogan “Fique em casa!” por “Fique alerta”. A recomendação é considerada vaga e pode aumentar o risco de contágio, segundo as autoridades escocesas.

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, de oposição a Boris, criticou o pronunciamento e disse que ele “levanta mais perguntas do que respostas”.

“O primeiro-ministro parece estar efetivamente dizendo a milhões de pessoas para voltar ao trabalho sem um plano claro de segurança ou diretrizes claras sobre como chegar lá sem usar o transporte público. O que o país queria era clareza e consenso, mas não temos nenhum deles.”

Com 219.183 casos confirmados e 31.855 mortes, o Reino Unido é o terceiro país com maior número de infecções e o segundo com mais mortos no mundo. Em relação à população, há 46,9 mortes por 100 mil habitantes, sexto maior número no mundo.

O primeiro-ministro disse no pronunciamento que o avanço da retomada depende da capacidade de testar, rastrear e isolar casos confirmados, contatos e suspeitos, mas o governo tem enfrentado dificuldades para implantar essa política.

O Reino Unido foi um dos países que mais tarde decretou “lockdown”, em 23 de março, 18 dias depois da primeira morte por coronavírus. Antes disso, o governo britânico adotou estratégias diversas, como administrar um contágio controlado e tentar convencer as pessoas a manter distanciamento, ambas sem sucesso.

Dos 33 entre os 36 grandes países europeus que decretaram quarentena, 23 já começaram a relaxar restrições, outros 5 dão nesta segunda (11) o primeiro passo, e os cinco restantes começarão a reativar suas atividades ao longo da semana.

Em todos os casos, os governos pretendem fazer avanços graduais, para evitar uma segunda onda de infecção. Neste domingo, o centro de controle de doenças da Alemanha divulgou um aumento nos contágios desde que o país começou a relaxar as restrições e anunciou que fará “monitoramento rigoroso”.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/05/boris-diz-que-lockdown-continua-mas-funcionarios-devem-voltar-a-fabricas-e-construcoes.shtml

Foto: O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, durante o pronunciamento no qual anunciou as novas mudanças – Andrew Parsons/Nº 10 Downing Street/Reuters

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