Trump quer mais fábricas de semicondutores
Os Estados Unidos estão em negociações com a Intel e a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), que produz chips para empresas como Qualcomm, Apple e AMD, para desenvolver novas fábricas de semicondutores no país.
Segundo o The Wall Street Journal, os motivos de Donald Trump, presidente do país, seriam preocupações com a cadeia de suprimentos e o que define como ameaça geopolítica representada pela China.
Hoje a Intel tem instalações fabris do tipo em três estados americanos: Arizona, Oregon e Novo México. Isso é um acréscimo à produção considerável ??em Israel, Irlanda e China.
Outras operações de teste e montagem são realizadas nos Estados Unidos, assim como na China, Costa Rica, Malásia, Vietnã e Filipinas.
A Intel seria a mais entusiasmada com a possibilidade e já teria defendido que é do seu interesse explorar novas unidades de produção no país, acrescentando que quaisquer instalações em potencial se concentrariam em fornecer silício avançado para clientes de defesa e comerciais.
“Achamos que é uma boa oportunidade. O momento é melhor e a demanda é maior do que no passado, mesmo do lado comercial”, disse Greg Slater, vice-presidente de assuntos técnicos e de políticas da Intel, ao WSJ.
Já a TSMC possui a maioria das fábricas em Taiwan, contando também com instalações nos Estados Unidos, China e Cingapura.
A companhia permanece mais tímida sobre o assunto e diz estar avaliando todos os locais adequados, mas nega a existência de qualquer plano concreto de novas fábricas nos Estados Unidos.
O WSJ, no entanto, afirma que a empresa já está conversando com a Apple e com os departamentos de comércio e defesa para a sua criação.
Ainda de acordo com a publicação, o excesso de confiança da TSMC nas fábricas de Taiwan preocupa as autoridades americanas, pois o governo chinês considera Taiwan como uma província, não como um país independente.
A ilha é atualmente reconhecida apenas por 14 países membros da ONU, com todas as outras relações externas realizadas através de escritórios de representação.
Trump estaria preocupado com a cadeia de suprimentos
Embora suas relações com a China sejam relativamente cordiais, há uma preocupação com o potencial de isso mudar, especialmente se um futuro governo declarar formalmente a independência, já que os americanos têm tensões com o país.
Em 2019, os Estados Unidos baniram empresas chinesas de licitações, mesmo ano em que a Huawei foi adicionada a uma lista negra por Trump, passando a fazer parte de um bloqueio comercial imposto pelo país.
Assim, a empresa ficou impedida de vender seus produtos, adquirir componentes ou negociar com companhias americanas sem autorização do governo.
Em resposta, a China determinou que todos os órgãos públicos do país passem a usar apenas tecnologia nacional, substituindo entre 20 milhões e 30 milhões de equipamentos e afetando empresas americanas como Microsoft, HP e Dell.
Segundo o WSJ, o retorno da manufatura de alta tecnologia à costa americana tem sido uma prioridade para o governo Trump, mas ainda existe um ceticismo substancial quanto ao surgimento de novas fábricas de semicondutores.
De qualquer forma, trata-se de um negócio difícil, com instalações caras e complicadas de construir, então deve demorar para que novos chips fabricados nos Estados Unidos comecem a entrar no ecossistema mais amplo.
Fonte: https://www.baguete.com.br/noticias/12/05/2020/trump-quer-mais-fabricas-de-semicondutores