O cenário para o mercado de ações em 2024 desperta otimismo entre os diversos participantes, como bancos, casas de análise e corretoras. As projeções para o Ibovespa até o final do ano variam de 130 mil pontos a 153 mil pontos, indicando uma confiança inédita na história da Bolsa de Valores de São Paulo.
Na última terça-feira (19), o índice oficial atingiu os 131.850 pontos, marcando um novo recorde e quebrando a marca pela terceira vez em menos de uma semana desde o ano 2000. Essa ascensão teve início na semana anterior, destacando-se na quinta-feira (14) ao alcançar 130.842 pontos, o nível mais alto desde 7 de junho de 2021 (130.776 pontos). Posteriormente, na segunda-feira (18), atingiu 131.084 pontos, estabelecendo novamente uma nova marca.
Anteriormente, a Bolsa manteve-se na faixa dos 130 mil pontos por apenas quatro dias em 2021, nos dias 8, 9, 10 e 14 de junho. Esse período coincidiu com o entusiasmo dos investidores diante dos resultados positivos dos bancos e da retomada econômica após as medidas de quarentena relacionadas ao coronavírus.
Quanto às perspectivas para 2024, o Banco do Brasil, de forma otimista, projeta o Ibovespa atingindo 153 mil pontos, enquanto a estimativa conservadora aponta para 141 mil pontos no final do ano. Esse cenário representa um potencial retorno de aproximadamente 12%. Caso as expectativas não se confirmem, a projeção é de 132 mil pontos.
Diversos analistas compartilham suas visões sobre o possível desempenho da Bolsa. A Guide Investimentos aposta em 155 mil pontos, enquanto Marcelo Nadal, assessor de investimentos da Arcani Investimentos, sugere a possibilidade de a Bolsa atingir 140 mil pontos até o final do ano. Alvaro Bandeira, coordenador da comissão de economia da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec Brasil), acredita que o Ibovespa deve situar-se entre 142 e 145 mil pontos no próximo ano.
O otimismo do mercado é impulsionado principalmente pela perspectiva de redução das taxas de juros, com o Banco Central continuando a cortá-las no próximo ano. Essa medida é vista como positiva para a Bolsa, estimulando a atividade econômica e aumentando a atratividade do investimento em ações em comparação com a Renda Fixa. O cenário internacional, com a redução dos juros nos Estados Unidos, também é considerado favorável, atraindo capital estrangeiro para países emergentes como o Brasil.
Outros fatores que contribuem para o otimismo incluem a expectativa de retomada das ofertas de ações e IPOs, após dois anos de baixa, e o potencial aumento nas exportações de produtos básicos, como petróleo e minério de ferro.
No entanto, existem riscos a serem considerados para o próximo ano, como os gastos do governo, que podem impactar a inflação e o ciclo de queda dos juros, condições climáticas adversas que afetam as safras agrícolas, a situação da economia chinesa, que influencia as exportações brasileiras, e as tensões geopolíticas, como os conflitos na Ucrânia, Faixa de Gaza e entre Venezuela e Guiana, que podem afetar o preço do petróleo.
Em termos de ações que podem apresentar melhor desempenho, é sugerido foco em empresas com baixo endividamento, destacando-se setores como bancário (Itaú e Bradesco), educação (Yduqs) e proteínas (Minerva). Essas escolhas são respaldadas pela expectativa de melhores resultados para empresas menos endividadas e pelo potencial de desempenho positivo de setores domésticos em 2024, como bancos, construção civil e energia elétrica.
Fonte: Uol