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A História da Hinode

A história de Sandro Rodrigues

Sandro Rodrigues é atualmente o presidente do Grupo Hinode, uma das maiores empresas de vendas diretas do país, e sua história é mais uma prova do poder do empreendedorismo. A trajetória empreendedora de Sandro começou pela influência direta de seus pais: Adelaide e Francisco Rodrigues. Baianos, os dois se tornaram retirantes, após migrarem para São Paulo, capital, para escaparem das dificuldades da seca no Nordeste. Em São Paulo, Dona Adelaide desde cedo teve de procurar uma série de atividades para sustentar a casa, encontrando o trabalho de costureira como uma atividade que pudesse desempenhar e ter uma renda interessante no final do mês. Sempre ambiciosa, Adelaide logo percebeu que poderia aumentar seu salário como costureira, se deixasse de ter a carteira assinada e fosse remunerada de acordo com o número de peças que fosse capaz de costurar. A ideia deu certo, e no primeiro mês, ela já conseguiu triplicar seu salário mensal. Mesmo que a duras penas. Depois, ela pôde se dar ao luxo de comprar suas próprias máquinas de costura, aumentando a produção. Planejando ter uma vida melhor, Adelaide sempre estimulou o marido a procurar uma profissão formal, e logo o convenceu a se tornar torneiro mecânico, uma profissão em alta nos anos 70. Pouco a pouco, os planos iam se concretizando, mas a vida da família Rodrigues era difícil. Sandro é o filho mais velho do casal, e dividiu, até a adolescência, uma cama com seu irmão dois anos mais novo, Alessandro. Anos depois, a família também ganhou dois novos membros: Crisciane e Leandro. Para suprir as necessidades da família, D. Adelaide e Sr. Francisco sempre trabalharam muito, mas perceberam que apenas o trabalho que tinham não seria o suficiente para atender a família; que até então vivia em grande aperto financeiro. E em 1983, um convite mudou a vida da família. Adelaide foi apresentada às vendas diretas por uma amiga, e logo se apaixonou pelo mercado. Na modalidade de vendas diretas, as fábricas estabelecem uma parceria com revendedores porta-a-porta. Através dela, os produtos são vendidos pelo consultor em um contato direto com o cliente; sem a necessidade de intermediários ou de um estabelecimento físico. Enquanto em um negócio tradicional é o cliente que vai até a empresa, na Venda Direta são os representantes ou consultores que vão até o cliente, invertendo a ordem do processo de vendas. Essa abordagem de vendas se consolidou ao longo dos anos como uma alternativa interessante em todo o mundo para que pessoas de todos os níveis sociais possam aumentar a renda de suas famílias, trabalhando o número de horas que puderem ou julgarem necessários; de forma independente, sem controle de jornada ou subordinação à fabricante. Além de ser uma alternativa interessante para quem quer uma renda extra, a atividade também é interessante para o cliente, que muitas vezes conta com atendimento personalizado, e produtos que são vendidos por preços mais acessíveis, já que com a eliminação dos intermediários, o produto tem menos custos para ser entregue ao consumidor final, e por consequência, tem um preço final mais baixo. Admirada pelo modelo de negócios da empresa que foi apresentada, Dona Adelaide logo percebeu que se tratava de uma modalidade meritocrática: bastava vender mais, para ganhar mais. A partir deste insight ela foi se dedicando a cada dia mais à atividade. E em pouco tempo, viu que as vendas diretas eram um caminho muito mais promissor do que o trabalho de costureira. Em apenas um ano, ela se tornou chefe de uma equipe de vendas, e se destacou fortemente como vendedora da empresa. Dessa forma, ela logo arrastou também seu marido para trabalhar na atividade. Porém, juntos eles não estariam mais ligados à empresa de vendas diretas a qual Adelaide foi apresentada; a partir dali eles criariam sua própria empresa de vendas diretas. A empresa seria de vendas de cosméticos, uma atividade com baixo custo de entrada e com a possiblidade de ter um produto com alto valor agregado. Para isso, eles pretendiam criar produtos melhores do que da antiga empresa de vendas diretas, e desde o início assumiram esse compromisso com a produção de seus próprios itens. Para custear a empresa, Adelaide vendeu suas máquinas de costura, colocando um ponto final na atividade de costureira. Na época, vários amigos e familiares disseram que ela estava louca. Mesmo assim, o valor arrecado, junto com algumas economias da família, permitiu que o casal abrisse a empresa e comprasse um Fusquinha para fazerem as entregas dos produtos. Dessa forma, em 1988, Dona Adelaide e Seu Francisco fundaram a Hinode.

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