Os fundos de ações globais tiveram resgates líquidos de US$ 4,6 bilhões, segundo nota do Bank of America. Mas nos EUA, tiveram uma segunda semana de acréscimos
Os investidores globais acumulam dinheiro em caixa e compram títulos do Tesouro americano, enquanto despejam ações em meio a temores de que a economia dos EUA caminha para uma recessão.
Os fundos de ações globais tiveram resgates líquidos de US$ 4,6 bilhões, segundo nota do Bank of America. Mas nos EUA, tiveram uma segunda semana de acréscimos. O fluxo positivo para fundos de títulos foi de US$ 2,4 bilhões, o maior ingresso em 14 semanas graças às compras de Treasuries e dívida soberana, disse o Bank of America
“A verdade é que o segundo semestre provavelmente será de desaceleração do crescimento e aumento de juros”, disseram os estrategistas do banco liderados por Michael Hartnett em nota, acrescentando que o risco de um choque de crédito era alto.
As ações americanas ensaiaram uma recuperação esta semana após o pior primeiro semestre desde 1970, com otimismo de que a inflação pode ter atingido seu pico. Mas os estrategistas do Bank of America e do Morgan Stanley avisam que a desaceleração do crescimento econômico global pode ser pior do que o esperado e aumentar a pressão sobre o S&P 500 no segundo semestre.
As preocupações com o aumento de juros também estão de volta após dois dos formuladores de política monetária mais hawkish do Federal Reserve defenderem outro aumento de 0,75 ponto percentual este mês.
Hartnett disse que o S&P 500 provavelmente ficará limitado entre 3.800 e 4.200 pontos neste verão, que termina em setembro no hemisfério norte, em vez de uma recuperação contínua.
“Os mercados de baixa terminam com uma recessão ou um evento que faz com que o Fed reverta a política”, escreveu o estrategista, acrescentando que o fundo do poço ainda não foi alcançado.
As ações americanas de grande valor de mercado e as de crescimento atraíram ingressos, enquanto os fundos de ações de valor e empresas menores sofreram resgates. Saúde e serviços públicos lideraram os fluxos entre os setores, enquanto matérias-primas e energia tiveram as maiores saídas após o recuo dos preços das commodities.
Fonte: Bloomberg