Em 2022, foi anunciada uma fusão multibilionária no valor de US$ 20 bilhões entre a Adobe e a plataforma de design Figma, desencadeando um ano de escrutínio por parte dos reguladores europeus. A resistência por parte de órgãos como a Comissão Europeia e a U.K. Competition and Markets Authority resultou no cancelamento do negócio.
Em um comunicado à imprensa nesta segunda-feira (18), ambas as empresas afirmaram que, embora continuassem a acreditar nos méritos e benefícios pró-competitivos da fusão, concordaram mutuamente em encerrar a transação. Isso se baseou em uma avaliação conjunta de que não havia um caminho claro para obter as aprovações regulatórias necessárias da Comissão Europeia e da U.K. Competition and Markets Authority.
Desde o anúncio em setembro do ano passado, o negócio foi amplamente criticado por muitos órgãos reguladores, que alegaram que seria prejudicial ao segmento de ferramentas gráficas, onde a Adobe já é líder de mercado. Tanto a agência antitruste do Reino Unido quanto a da União Europeia lançaram investigações para examinar os impactos do negócio, complicando ainda mais a fusão.
As agências reguladoras expressaram a principal preocupação de que, embora os produtos das empresas não fossem idênticos, a Figma era líder em ferramentas de design de produtos interativos e exercia uma “influência restritiva” sobre a Adobe no meio digital. Portanto, a aquisição da Figma pela Adobe prejudicaria a capacidade da Figma de ser um “concorrente eficaz”.
Nos Estados Unidos, o destino do negócio seguia uma trajetória semelhante, com a possibilidade de o Departamento de Justiça intervir e bloquear a transação, resultando em perdas nas ações da Adobe. Embora o Departamento de Justiça dos EUA tenha analisado cuidadosamente o acordo ao longo de 2023, não tomou nenhuma medida formal para impedir a transação. No entanto, surgiram notícias de que Adobe e Figma estavam se reunindo com o Departamento de Justiça em uma última tentativa de evitar ações legais.
Apesar das declarações do CEO da Figma, Dylan Field, de que o cancelamento da fusão “não foi o resultado esperado”, a empresa não deve sofrer grandes prejuízos, pois, com o término do acordo, a Adobe deverá pagar uma multa de US$ 1 bilhão.
Fonte: Startups