Conselho Nacional de Política Industrial quer suprir pelo menos 95% do mercado de máquinas e equipamentos para agricultura familiar com produção nacional
Nesta semana, o Conselho Nacional de Política Industrial (CNDI), liderado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), divulgou o plano “Nova Indústria Brasil”, que delineia as metas para a política industrial do país. O documento, composto por seis eixos, inicia destacando a agroindústria como a primeira missão, delineando três áreas prioritárias, sob a coordenação dos ministérios da Agricultura e Pecuária e do Desenvolvimento Agrário.
Com o intuito de elevar a participação do setor agroindustrial de 23% para 50% no Produto Interno Bruto agropecuário, o MDIC pretende investir em máquinas agrícolas, equipamentos de precisão e biofertilizantes.
Ao analisar a indústria de tratores e implementos no país, constata-se que a predominância é de empresas multinacionais, como John Deere, CNH Global (com as marcas Case New Holland) e AGCO (Fendt, Massey Fergusson, Valtra).
Apesar de reconhecer o desafio de desenvolver máquinas e insumos nacionais para competir internacionalmente, o ministério estabeleceu uma meta ambiciosa. No âmbito da primeira missão da política, destaca-se a aspiração de “atender no mínimo 95% do mercado de máquinas e equipamentos para agricultura familiar com produtos de fabricação nacional”, conforme indicado no documento.
No cenário voltado para iniciativas “bio”, projetos de soluções biotecnológicas para nutrição e defesa de plantas, proteínas animais, máquinas e equipamentos para agricultura familiar podem ser financiados com recursos reembolsáveis, incluindo juros de Taxa Referencial (TR) acrescidos de 2% ao ano.
Esse percentual representa um estímulo, considerando a percepção do ministério sobre as dificuldades em aumentar a adoção de bioinsumos na produção de alimentos e na agropecuária.
O MDIC também destaca a possibilidade de obter financiamentos com recursos não reembolsáveis para fertilizantes e defensivos com nanotecnologia ou biotecnologia, produtos de maior valor agregado baseados em biomassa, melhoramento genético animal e vegetal, e a redução da pegada de carbono na atividade agropecuária.
Fonte: Exame