A resposta para esse questionamento não é exatamente simples. São inúmeros os fatores que são levados em conta em um M&A, entre eles a volatilidade do mercado. No entanto, a influência que o contexto econômico tem sobre a precificação das empresas é menor do que todo mundo pensa, principalmente quando olhamos para as empresas do middle market.
Como, normalmente, essas companhias ainda não tiveram acesso direto ao mercado de capitais (seja por meio da abertura de capital ou por emissão de dívidas estruturadas), elas acabam sofrendo menos com a volatilidade do mercado, pois não precisam prestar contas ao mercado a cada trimestre, portanto recebem menor pressão pelos resultados de curto prazo em comparação com empresas listadas na bolsa de valores.
É importante ressaltar que alguns setores como energia, gás e combustíveis, infraestrutura e afins estão mais propensos a sofrer com essas variações, principalmente em ano eleitoral. Mas também há de se observar que até mesmo quando estamos perto do período de eleições os negócios de fusões e aquisições também crescem. Segundo levantamento da PwC, em 2010 foram realizadas 799 transações, um crescimento de 24% comparado ao ano anterior. Já em 2014 houve um crescimento de 8%; em 2018 o crescimento foi de 2%.
Portanto, o que se pode notar é que o longo prazo é o que deve ser levado em conta na hora de fazer projeções. Variações provocadas por eleições, câmbio e bolsa devem sim ser observadas, mas com a atenção de que possam ser cenários breves, impactando apenas no curto prazo. As variáveis que devem perdurar por vários anos à frente são as que, de fato, aumentam (ou diminuem) o preço do negócio.