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Avril Lavigne surfa em onda que ajudou a criar com o disco ‘Love Sux’

Sobre um riff sombrio no violão, Avril Lavigne canta sobre não se sentir bem por dentro, apesar de dar outra impressão às pessoas ao seu redor. Das guitarras às baterias de pop punk, passando pelos vocais agudos, é como se “Avalanche”, música do novo álbum da cantora canadense, tivesse sido lançada por ela há 20 anos.

Depois de despontar como estrela do pop rock nos anos 2000, Lavigne deu uma guinada pop e tomou as FMs, num sucesso que faz dela um dos nomes mais conhecidos de sua geração. Na última década, contudo, ela entrou numa espécie de limbo reservado a artistas que fizeram parte da adolescência de seus fãs, mas que, anos depois, soam como espinhas no rosto ou escolhas de vestuário duvidosas —algo de que não se tem saudade. Mesmo lançando discos, Avril Lavigne era mais uma memória do que uma realidade.

“Love Sux”, seu sétimo álbum, chega como um resgate da diversão e da insegurança da adolescência, agora numa embalagem moderna. Durante a pandemia, o processo de revival do pop punk e do emo que marcaram os anos 2000 se intensificou, ganhou novos contornos nas mãos de artistas mais jovens, e agora a canadense tenta surfar nessa onda que ela mesma ajudou a criar.

Em entrevistas, Lavigne tem dito que voltou a se divertir fazendo música, e “Love Sux” soa exatamente assim. Mesmo que, vez ou outra, as letras descambem para a angústia juvenil de quem acredita que não vai resistir a uma decepção amorosa (em “Dare to Love Me”) ou de que qualquer paixão é eterna (“Kiss Me Like the World Is Ending”), ela goza das mentiras que homens dizem apenas para beijar mulheres (“Bois Lie”) e despreza namoros entediantes (“Love Sux”).

Pop rock até o caroço, o novo disco rompe com o caminho que ela vinha trilhando depois de receber um diagnóstico positivo de doença de Lyme, durante a turnê “Avril Lavigne”, de 2013, e passar anos se recuperando das dores.

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Esse período está contemplado em “Head Above Water”, disco de 2019 em que ela aparece segurando um violão numa capa em preto e branco. Com músicas acústicas e letras autobiográficas, a obra marcou uma certa maturidade da cantora, mas não empolgou nem os fãs nem a crítica.

Agora, é como se Lavigne tivesse ouvido Olivia Rodrigo e Willow, jovens que resgatam o estilo que ela estabeleceu, para buscar o prazer na própria nostalgia. Em vez de lamúrias ao violão, ela mira a energia das baterias aceleradas e das guitarras distorcidas desde a primeira faixa, “Cannonball”, com vocais acelerados que lembram “Girlfriend”, sucesso dela de 2007 que era presença obrigatória na programação de clipes da MTV quando isso ainda era algo relevante.

De certa forma, contudo, é como se “Love Sux” tivesse sido produzido por um algoritmo, reunindo todos os elementos antigos e novos que levaram o pop punk de volta à preferência da juventude.

Machine Gun Kelly, ex-rapper que enveredou para o pop punk para chegar ao mainstream —ele é uma das atrações principais do próximo Lollapalooza no Brasil—, canta com ela em “Bois Lie”, assim como Blackbear, cantor que mistura batidas e versos de rap com refrões grudentos e um sentimento pop punk, em “Love It When You Hate Me”.

Ao mesmo tempo, ela divide os vocais com Mark Hoppus, do Blink 182, banda fundamental no movimento de que Lavigne fez parte nos anos 2000. A música, “All I Wanted”, soa como uma versão mais pop e radiofônica de uma faixa antiga da banda de Hoppus. Aos 37 anos, ela não tem a urgência da juventude, mas reivindica sua importância nisso tudo.

Longe de trazer novidades para o pop atual, “Love Sux” reposiciona Lavigne —escalada para o próximo Rock in Rio, num dia dedicado ao pop punk— exatamente como ela ficou na memória do público, como a embaixadora desse jeito de se fazer rock que marcou uma geração e que agora é redescoberto pelas próximas. Afinal, as espinhas podem ser um problema menor quando se tem contas para pagar, uma carreira profissional para trilhar e relacionamentos sérios para manter de pé.

Fonte: Folha

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