O Banco Central e os bancos oficiais devem anunciar nesta semana aperfeiçoamentos e novas medidas de crédito, informou nesta terça-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a reunião ministerial que ocorre nesta manhã no Palácio do Planalto.
“Vamos desentupir os canais da linha de crédito para pagamento da folha de salários”, prometeu. “O presidente do Banco Central vai explicar hoje como faremos.” O governo destinou R$ 36 bilhões para essa linha, mas não houve demanda. “Os canais estavam entupidos”, disse o ministro.
Ele citou também a injeção de R$ 15,9 bilhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO), do Banco do Brasil, com o que o governo pretende destravar o crédito às micro e pequenas empresas. O FGO cobrirá até 85% das perdas das carteiras de crédito dos bancos nessas operações. Guedes informou que 3,2 milhões de contribuintes do Simples que estão adimplentes receberão cartas informando-os da possibilidade de tomar o crédito. “Se o dinheiro não estava chegando na ponta, vamos empurrar até chegar”, afirmou.
Guedes fez um balanço das ações adotadas pela pasta desde o início da pandemia. Começou com a obtenção, logo no primeiro momento, de R$ 5 bilhões em emendas de parlamentares ao Orçamento para reforçar o caixa do Ministério da Saúde. “Ali começou uma busca por recursos infraconstitucionais”, contou.
Foram destinados ainda R$ 150 bilhões para os mais frágeis, pelo auxílio emergencial. O BEm, por sua vez, conseguiu preservar 10 milhões de empregos por meio de contratos de salário reduzidos ou suspensos, com complementação de renda paga pelo governo. “O BEm foi um sucesso”, afirmou.
No início da pandemia, disse, o crédito foi expandido bastante. “Os bancos privados expandindo até mais que os públicos, o que não é aceitável”, comentou. “Mas o Brasil todo estava sendo sufocado por falta de capital de giro e por isso lançamos novas camadas de crédito.”
Todas essas medidas pressionaram as contas públicas. “Mas ano que vem tudo volta ao normal”, afirmou. “O mais importantes serão os próximos passos e o presidente lançou esses passos.”
Guedes confirmou na reunião que o auxílio emergencial será estendido por mais dois meses e prometeu unificar programas sociais no Renda Brasil, que deverá substituir o Bolsa Família. O ministro disse que também está em preparação um programa de geração de emprego, o Verde Amarelo, para formalizar os “invisíveis” que entraram no radar do governo por meio do auxílio emergencial.
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, informou na reunião ministerial que o governo vai estruturar um programa de microcrédito para essa população informal que Guedes chama de “invisíveis”.
“Um dos caminhos que vamos buscar depois, e falamos com o presidente do BC, é do microcrédito ser usado como grande apoio às famílias após a pandemia”, informou Onyx.
O ministro da Cidadania disse ainda que o governo está pagando a segunda parcela do auxílio emergencial e programando o pagamento da terceira.