Diretores da autoridade monetária afirmaram, de maneira unânime, que esse ritmo de queda é adequado
Na ata mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira, 19, os diretores do Banco Central (BC) reiteraram a intenção de reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Na semana anterior, o colegiado já havia diminuído os juros para 11,75% ao ano, marcando a quarta queda consecutiva.
O BC comunicou que os membros do Copom concordaram de forma unânime com a perspectiva de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões. Eles avaliaram que esse ritmo é apropriado para manter uma política monetária contracionista, crucial para o processo desinflacionário. O documento ressaltou o compromisso sólido com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária, ao mesmo tempo em que considera o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da perspectiva mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência.
A indicação unânime neste momento também diminui a probabilidade de o Copom acelerar o ritmo de cortes para 0,75 ponto percentual, como tem sido debatido por parte do mercado.
Quanto às expectativas de inflação, os diretores do BC manifestaram preocupação com a desancoragem dessas projeções. Apesar das metas para 2024, 2025 e 2026 serem de 3%, as projeções do Boletim Focus indicam uma mediana de 3,93% para o próximo ano e 3,5% para 2025 e 2026. O BC destacou que a redução das expectativas exige uma atuação firme da autoridade monetária, assim como o contínuo fortalecimento da credibilidade e reputação das instituições, bem como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira.
Além das preocupações com a inflação, os diretores do BC também mencionaram os riscos externos em seu radar. Mesmo com a indicação de um pouso suave nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, o Copom expressou inquietação diante da volatilidade recente e da incerteza no cenário internacional. O Comitê reiterou a importância de adotar uma postura de cautela, especialmente em países emergentes, e continuará monitorando os diversos dados da economia global e seus respectivos impactos na economia doméstica.
Fonte: Exame