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Befly compra Õner Travel e tem mais cinco aquisições na mira

Dona da Belvitur e Flytour, companhia já investiu mais de R$ 400 milhões em M&A em dois anos e deve atingir R$ 10 bi em receita neste ano

Numa reviravolta no destino da Õner Travel, a data que marcaria o fim de sua operação se transformou no começo de uma nova etapa da plataforma de turismo, com novo dono e estratégia. A companhia foi comprada pela Befly, a holding de turismo do empresário mineiro Marcelo Cohen, dona de marcas como Belvitur e Flytour.

A concorrente CVC havia anunciado a compra da Õner em setembro e, em janeiro, comunicou ao mercado que o negócio estava desfeito. A plataforma criada como solução online para agentes de turismo que vendem passagens e hospedagens de forma autônoma chegou até a comunicar aos clientes que sua operação estava com os dias contados, mas Cohen chegou antes disso.

“A Õner já está plugada na Befly. A companhia é tecnologia pura e pivotamos o modelo que era voltado para afiliados para ser uma ferramenta para empoderar o agente de viagens”, diz o empresário ao Pipeline. “Temos um modelo híbrido. O consumidor compra passagem e hotel na palma da mão, de forma ágil, mas tem assistência do agente depois da compra, o que não acontece em outras plataformas”, emenda Luciano Guimarães, vice-presidente de negócios.

O valor da transação não foi revelado (considerando que a companhia estava prestes a fechar as portas, deve ter sido simbólico), mas a Õner já é a 33ª empresa no ecossistema da Befly – uma soma que passa de R$ 400 milhões em aquisições nos últimos 24 meses. A primeira operação foi com a Flytour, em outubro de 2021.

Cohen tem histórico longo no setor, à frente da Belvitur, agência tradicional em Belo Horizonte. A companhia foi fundada há 58 anos pelo pai e tinha os irmãos também como sócios, mas na pandemia ele comprou a participação da família e se tornou o único dono, definindo uma estratégia de crescimento mais agressiva.

“Estávamos num dilema no negócio familiar, com o susto que a pandemia deu, afetando o resultado. Decidi continuar a operação e apareceu a oportunidade da transação com a Flytour, que era uma das grandes companhias da América Latina mas estava completamente endividada”, conta Cohen.

Ele já conhecia Daniel Vorcaro, o dono do banco Master, que ajudou na renegociação da dívida e no financiamento da compra da Flytour, com dívida conversível. Além do atendimento ao turista, a Flytour é consolidadora de passagens para quase cinco mil agências (rede que vai poder se conectar à plataforma da Õner).

“A partir dali, a companhia fez mais uma série de aquisições, criando o ecossistema da Befly, hoje com 33 empresas, cada uma com sua marca, seu DNA, sem pasteurizar mas com cross-selling, um CFO e diretoria cuidando de tudo”, diz o dono.

No ano passado, faturou R$ 8,3 bilhões – no auge de sua operação, a Flytour tinha chegado a R$ 4,5 bilhões, com quase o dobro de funcionários, diz ele. As marcas da companhia embarcam 700 mil passageiros por mês. A projeção para este ano é atingir a marca de R$ 10 bilhões em faturamento.

“Temos uma situação privilegiada por competência da equipe e falha da concorrência”, diz Cohen. Além de ter sido um ano positivo para o setor em geral, o empresário considera que a CVC deixou espaço para a concorrência enquanto renegocia dívida e tenta buscar maior sinergia na rede de franquias. Sem abrir números, ele garante que a companhia tem geração de caixa alta, tendo dobrado o take rate de 2019 para 2022, e praticamente zerado o endividamento.

Quando fez a primeira aquisição, Cohen diz que tinha um IPO como “ideia fixa”, mas isso deixou de ser verdade. “Com o time que montamos, a rentabilidade e agilidade que temos, repenso se vale a pena abrir capital. Vejo o concorrente sofrendo e não sei se é isso que eu quero para mim. Para comprar a Õner, chamei dos VPs e dois diretores na sala e em uma hora decidimos comprar – sem conselho, sem fato relevante”, compara. Mas um potencial sócio estratégico está no radar.

A Befly está analisando outras 20 companhias, sendo cinco com conversas avançadas para M&A. “Tem gente que diz que o ano está começando agora, que passou o Carnaval. Para gente já está no meio do ano”, diz Cohen.

Fonte:Pipeline Valor

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