Em dezembro, o Brasil registrou um saldo total negativo no fluxo cambial de US$ 13,057 bilhões, impulsionado principalmente por movimentos na via financeira. No entanto, ao longo do ano, o país acumulou a maior entrada líquida de dólares em 11 anos, de acordo com dados preliminares sobre o câmbio divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (4).
Em 2023, o fluxo cambial foi positivo, atingindo US$ 11,431 bilhões, o valor mais elevado desde 2012, quando o país teve uma entrada líquida de US$ 16,753 bilhões. Em contraste, o ano de 2022 apresentou um fluxo líquido negativo de US$ 3,233 bilhões.
No decorrer do ano passado, o fluxo financeiro líquido foi negativo em US$ 37,649 bilhões, representando investimentos estrangeiros diretos, investimentos em carteira, remessas de lucro, e pagamento de juros, entre outras operações.
Entretanto, esse resultado negativo foi mais do que compensado pela entrada líquida de dólares através do canal comercial, que reflete as exportações líquidas menos as importações. Em 2023, as entradas líquidas atingiram US$ 49,080 bilhões, mais que o dobro dos US$ 21,481 bilhões líquidos recebidos pelo Brasil em 2022.
O desempenho positivo no canal comercial em 2023 pode ser atribuído em grande parte à redução das importações. As operações de importação totalizaram US$ 232,413 bilhões, representando uma queda de 7,38% em relação aos US$ 250,934 bilhões de 2022.
No último mês de 2023, o canal financeiro registrou saídas líquidas de US$ 14,232 bilhões, uma tendência comum para o mês de dezembro devido às remessas realizadas por fundos e multinacionais ao exterior. Em contrapartida, o canal comercial apresentou um saldo positivo de US$ 1,175 bilhão no mesmo período.
Na semana anterior, de 26 a 29 de dezembro, o fluxo cambial total foi negativo em US$ 4,888 bilhões. Os dados do fluxo cambial, geralmente divulgados às quartas-feiras, foram disponibilizados nesta quinta-feira devido a movimentações dos servidores do Banco Central em busca de melhores salários.
Fonte: Reuters