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Café do Brasil tenta se internacionalizar e planeja marketing até nos Jogos de Paris

Apesar de ter 40% do cultivo mundial, país só tem 16% de participação no mercado do produto final

A indústria do café no Brasil tem planos de expandir as exportações do produto final, ainda que os números atuais sejam modestos em comparação com o volume cultivado no país.

Como o maior produtor mundial de café, o Brasil lidera também as exportações de grãos verdes, que são processados – torrados, moídos e embalados – por empresas estrangeiras. A Alemanha, por exemplo, é o segundo maior comprador global de café, adquirindo principalmente grãos verdes do Brasil, processando-os e vendendo-os para diversos países.

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) busca aumentar a presença do Brasil no mercado internacional de café já processado, ou seja, pronto para consumo. Pavel Cardoso, presidente da Abic, mencionou essa estratégia durante o 29º Encontro Nacional da Indústria de Café (Encafé), realizado em novembro, em Barra de Santo Antônio, litoral norte de Alagoas.

Cardoso enfatiza que, apesar de o Brasil ser responsável por cerca de 40% da produção mundial de café, sua participação no comércio global é de apenas 16%. Ele destaca a união do setor para desenvolver uma estratégia de promoção do café brasileiro, envolvendo diversas entidades, como o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

A Abic busca parcerias, incluindo com o Cecafé, para fortalecer a promoção do café brasileiro no exterior. Iniciativas planejadas incluem até mesmo uma ação de marketing durante os Jogos Olímpicos de Paris, com detalhes ainda em desenvolvimento.

Além disso, o Cecafé pretende intensificar campanhas já em andamento na China, onde o consumo de café tem crescido rapidamente. Exportadores brasileiros veem um grande potencial nesse mercado, buscando seguir o exemplo da Colômbia, que, apesar de ter uma produção menor, conseguiu estabelecer uma imagem internacional de excelência para seu café.

A indústria brasileira procura transmitir a mensagem de que o país não se destaca apenas pela quantidade, mas também pela qualidade do café. Apesar da antiga percepção internacional de o Brasil produzir café de qualidade inferior, a realidade está mudando. Atualmente, o país cultiva uma quantidade significativa de cafés especiais, com altas pontuações na escala de avaliação sensorial da Specialty Coffee Association (SCA), considerada o principal padrão de verificação de qualidade do setor.

Fonte: Folha

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