Um dos principais players do país quando o assunto é benefícios corporativos, a Caju está estendendo seus tentáculos. Depois de “molhar os pés” nas águas do setor de despesas corporativas no ano passado, com o Caju Viagens, agora a HRtech está dobrando a sua aposta nesta vertical, lançando a marca Caju Despesas.
Anunciada pela companhia como sua primeira aposta para ir além dos multibenefícios em 2023, a nova ferramenta oferece uma solução de adiantamento e controle de despesas corporativas, que une o cartão pré-pago não nominal a uma plataforma de gestão.
“A partir do Caju Despesas, as empresas conseguem alocar orçamentos por pessoas (e, futuramente, por times). Além de empoderar os colaboradores, as companhias ganham agilidade e não perdem o controle e a visibilidade dos gastos”, afirmou a empresa, em nota de lançamento da nova vertical.
Segundo a Head de Estratégia da Caju, Beatriz Madeira, tanto a criação do Caju Viagens e o Despesas, que chega como uma evolução do produto anterior, foi uma aposta natural da empresa. Ao ver a forma pela qual seus cartões de benefícios estavam sendo utilizados, a companhia pensou em aumentar a capacidade de gestão de despesas a partir dos cartões já em mãos do colaboradores.
“Como cada colaborador já tem o seu cartão, a nova solução apenas inclui uma nova funcionalidade, e facilita a gestão para os RHs, centralizando tudo dentro de um módulo dedicado. Nossa grande força é utilizar a base que já tem o Caju, que já está nos RHs e nos financeiros das empresas também”, explica a executiva.
Atualmente, a base de clientes da Caju é de aproximadamente 17 mil empresas (1 mil que já utilizada o Caju Viagens), o que Bia já vê como um ótimo ponto de partida para ganhar market share, embora o caminho inverso (empresas adotando primeiro o Caju Despesas e depois os benefícios) também é uma oportunidade na mira da HRTech.
Até janeiro de 2024, a estimativa da Caju é que aproximadamente 5 mil companhias irão utilizar e se beneficiar das soluções da ferramenta de despesas corporativas. “Os cartões de benefício seguirão como nossa fonte principal de receita e aquisição de clientes, mas acreditamos que o Caju Despesas virá logo em seguida”, afirma.
Foco nas PMEs
Como explica Beatriz, um dos principais pontos focais da Caju Despesas será conquistar pequenas e médias empresas. Segundo ela, estas verticais compõem a maior parte da base de clientes da HRTech, e muitos deles ainda fazem sua gestão de despesas corporativas de forma manual ou pouco tecnológica.
“Realizamos um levantamento com parte da nossa base de clientes, dos quais 66% afirmaram que os processos de gestão de despesas corporativas é manual e feito de forma descentralizada, por planilha, e-mail ou mensagem direta, por exemplo. Além disso, a maior parte destes clientes nunca usou uma plataforma para gestão de despesas, então foi aí que entendemos que precisávamos levar a praticidade da Caju para muito além das viagens corporativas.”, comenta Beatriz.
De acordo com a executiva, este é o primeiro passo para um plano maior, de entregar a estes clientes uma plataforma abrangente de soluções de RH, com uma interface simplificada. Tal estratégia foi intensificada a partir do ano passado, quando a companhia levantou uma rodada de US$ 25 milhões do fundo americano Questum.
“Já temos um roadmap de soluções para isso. Nosso caminho é para nos firmarmos como um SaaS completo para os RHs”, afirma Beatriz. “É uma forma de atingir mais cliente e também de diversificar nossa receita para modelos de recorrência, indo além percentuais dos cartões de benefício”, completa.
Caju X Flash
Ao se posicionar de forma clara como um player de SaaS para RH e despesas corporativas, a Caju se alinha com os movimentos de sua principal rival nos benefícios flexíveis, a Flash. No meio do ano passado, a Flash comprou a ExpenseOn, uma manobra para lançar rápido a sua solução para “atacar” o mercado de despesas.
Aliás, as aquisições têm sido a opção da vez para a concorrente da Caju. Esta semana, por exemplo, a Flash anunciou sua entrada na parte de gestão de ponto, férias e jornada do colaborador ao comprar a startup Folha Certa.
Apesar de fazer o seu anúncio um pouco depois da concorrente, ainda mais em um mercado em que players como Conta Simples, Clara e Portão 3 já estão há algum tempo e se fortaleceram (leia-se buscaram investimentos) para crescer na “briga”, a Caju se diz pronta para o embate. “A gente tá sempre atento à concorrência, mas a gente não se preocupa tanto, pq ainda tem muita oportunidade, especialmente em pequenas e médias”, afirma Beatriz.
Fonte: Startups