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Clima, catástrofes naturais e cibersegurança crescem entre os riscos para o Brasil

Interrupção dos negócios e questões macroeconômicas seguem entre as preocupações de executivos, mas com tendência de queda, segundo análise da Allianz

Os desdobramentos das mudanças climáticas e a crescente frequência de eventos extremos, acompanhados por catástrofes naturais, ganharam destaque como uma das principais preocupações para os executivos em 2024. Essa percepção foi revelada em uma pesquisa global divulgada pela Allianz Commercial nesta terça-feira (16), envolvendo a participação de 68 executivos no Brasil.

De acordo com o “Barômetro de Riscos 2024”, embora as interrupções nos negócios, como a ruptura nas cadeias de suprimentos, ainda figurem entre os problemas mais mencionados, o tema perdeu a posição de destaque e continua em declínio. Em escala global, a pesquisa da Allianz indica que as preocupações das empresas se voltaram para os riscos cibernéticos, liderados por violações de dados, interrupções na tecnologia da informação e o aumento de ataques ransomware.

No contexto brasileiro, a inquietação em relação a esse tema é considerada estável em comparação com o ano anterior, mantendo-se em segundo lugar no ranking, empatada com as interrupções nos negócios. Conforme o relatório da Allianz, as empresas avaliam que o cenário de ameaças cibernéticas está em constante evolução, exigindo uma atenção especial de diversas indústrias.

As mudanças mais significativas no ranking de riscos deste ano estão associadas às questões climáticas. Eventos catastróficos, como tempestades, alagamentos, incêndios e outros extremos, foram mencionados por 28% dos executivos no Brasil, elevando o tema da sexta para a quarta posição. Em âmbito global, essa preocupação lidera em países como Croácia, Grécia, Hong Kong, Hungria, Malásia, México, Marrocos, Eslovênia e Tailândia, muitos dos quais enfrentaram eventos significativos em 2023, como incêndios e inundações severas.

Localmente, as mudanças climáticas, agora classificadas em primeiro lugar no Brasil, ocupavam a oitava posição no ano anterior. Esse tema foi citado por 35% dos executivos, representando um aumento considerável em relação aos 11% registrados em 2023, indicando uma tendência de crescimento.

A Allianz engloba nessa preocupação os riscos financeiros, físicos e operacionais decorrentes do aquecimento global, destacando também as pressões dos acionistas por uma transição para uma economia mais sustentável.

Petros Papanikolay, CEO da Allianz Commercial, destaca que os resultados da pesquisa para 2024 evidenciam desafios enfrentados pelas empresas, como a digitalização e o ambiente político incerto. Ele ressalta que muitos desses riscos já impactam, com condições climáticas extremas, ataques de ransomware e conflitos regionais esperados para testar a resiliência das cadeias de abastecimento e modelos de negócios ao longo de 2024, conforme indicado em nota.

O relatório da pesquisa da Allianz aponta que o ano de 2023 foi marcado por conflitos, golpes e insurgências civis em várias partes do mundo, mantendo as preocupações sobre esses temas. No cenário brasileiro, é lembrado o ataque ao Congresso Nacional após a eleição do ex-presidente Lula da Silva, que desbancou Jair Bolsonaro. Esse incidente, no qual apoiadores do ex-presidente atacaram os prédios dos Três Poderes, completou um ano em 8 de janeiro de 2023.

No ranking, os riscos políticos e a violência ocupam a décima posição, representando uma queda em relação à oitava posição do ano anterior, de acordo com o barômetro da Allianz Commercial, indicando uma diminuição dessa preocupação.

Fonte: Folha

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