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Como foi o primeiro voo no país a compensar 100% da emissão de carbono

A companhia aérea Gol inaugurou nesta quarta-feira, 1º de setembro, a primeira rota carbono neutro do Brasil, ligando os aeroportos de Recife e Fernando de Noronha, em Pernambuco.

A iniciativa é feita numa parceria da Gol com a Moss, uma plataforma para compensação de créditos de carbono sediada em São Paulo. Nas contas da Moss, só a medida pode reduzir em até 25% as emissões de carbono do arquipélago, um dos principais destinos turísticos do país.

Mais da metade do carbono emitido na região vem do fluxo de aviões. Segundo a Gol, a cada ida e volta despeja pouco mais de 14 toneladas de dióxido de carbono.

O voo desta quarta-feira, de pouco mais de 1 hora, é o primeiro com compensação custeada pela própria companhia aérea. Até então, os passageiros da Gol podiam compensar as emissões de carbono gerada pelos aviões de uma maneira voluntária – e por uma taxa extra. Agora, a ideia é que os voos para a ilha tenham compensação total das emissões de carbono. 

Como funciona a compensação de carbono

Para neutralizar a pegada de carbono da operação, a Moss emite o MCO2, um token lastreado com blockchain a créditos de carbono, um ativo imaterial equivalente a 1 tonelada de CO2 retida por meio de projetos para conservação de florestas, biomassa e energia limpa. Neste caso, o dinheiro é enviado a projetos certificados com atuação na Floresta Amazônica.

De acordo com a Moss, foram transacionados 70 milhões de reais para a proteção da Amazônia desde 2020, quando foi criada. Esse valor foi suficiente para preservar cerca de 500 milhões de árvores na região.

No caso das viagens a Fernando de Noronha, a compensação de carbono é feita automaticamente pela Gol. Mas a companhia aérea oferece essa opção aos passageiros com cobrança à parte, semelhante a outros serviços, como reserva de assento e bagagem extra (disponíveis por site, aplicativo, agências e programa de milhas).

De acordo com a Gol, o investimento na neutralidade de CO2 joga luz em outro ponto: diminuir os impactos da aviação nas mudanças climáticas é uma responsabilidade compartilhada não apenas das companhias aéreas, mas também de todos os passageiros que utilizam esse tipo de transporte.

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Projeto de descarbonização da Gol

A companhia aérea anunciou a meta de neutralizar as emissões de dióxido de carbono até 2050. Para isso, além de compensar o CO2 com créditos (como na iniciativa da Moss), investe na eficiência das operações, na criação de biocombustíveis para a aviação e na renovação da frota.

“Nós temos monitorado e reportado voluntariamente as emissões desde 2010. Buscamos aperfeiçoar nossos procedimentos e adotar tecnologias que contribuam para a redução dos impactos”, diz Pedro Scorza, assessor de projetos ambientais e comandante da Gol. “Créditos de carbono são uma solução importante e transitória para a indústria, mas não a única.”

Para ter ideia do impacto individual de viagens com avião nas emissões de gases causadores do efeito estufa, no trecho de Congonhas, em São Paulo, até o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, cada passageiro emite cerca de 34 quilos de carbono – que sai a cerca de 10 reais para compensação.

Fernando de Noronha será carbono zero até 2030

Em agosto de 2022, será proibida a entrada de qualquer veículo que emita dióxido de carbono – ou seja, movidos a diesel, etanol ou gasolina. Depois de oito anos, em 2030, todos os modelos equipados com motores a combustão serão retirados da ilha e, após isso, só poderão circular carros elétricos.

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Como foi o voo carbono neutro da Gol

EXAME participou da inauguração do primeiro trecho livre de emissões de carbono no Brasil, a bordo do Boeing 737-NG, família mais moderna da aeronave e que reduz a pegada de CO2 quando comparada à geração anterior. E, além de água em lata (plásticos são proibidos na ilha), há um certificado da compensação.

“O maior favorecido pela iniciativa é a própria ilha. Enquanto não operamos com os combustíveis sustentáveis, a compensação automática de CO2 em trechos voados é grande aliada para minimizar impactos ambientais”, diz Pedro Scorza, piloto do voo inaugural e assessor de projetos ambientais.

Mesmo assim, com exceção desses pequenos detalhes, é pouco provável que os passageiros menos atentos reconheçam diferenças em relação a qualquer outra rota comercial da Gol – o que inclui conexão WiFi a bordo, cobrada à parte, e entretenimento por meio do navegador do smartphone.

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Fonte: Exame

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