A primeira semana do mês é naturalmente mais aquecida no varejo mas, no início de Abril – ainda com restrições de movimentação devido à pandemia –
O varejo moderno brasileiro de autosserviço e farmácias fechou Março com crescimento de vendas de 14,9% superior ao ano anterior. A primeira semana de Abril traz +18,6% de desempenho frente à semana anterior com uma contribuição maior de Bebidas, Commodities, Mercearia e Perecíveis Frescos e com movimentação relevante do canal Hipermercado, que contribui com aproximadamente 45% do crescimento deste mercado.
A primeira semana do mês é naturalmente mais aquecida no varejo mas, no início de Abril – ainda com restrições de movimentação devido à pandemia – a possibilidade de encontrar tudo em um mesmo lugar chamou a atenção dos consumidores para o hipermercado: diversidade de categorias (bens de consumo de giro rápido, eletrônicos, vestuário), sortimento amplo e disponibilidade de serviços (padaria, açougue, peixaria) foram características importantes do canal para atraírem os compradores para as lojas.
Veremos também que o brasileiro repôs seu estoque de alimentos (como carnes, cortes de peixe, creme de leite, azeites e óleo composto), conforme já esperado, especialmente agora que passa mais tempo em casa. O momento pré-Páscoa, retratado nesta edição, potencializa o crescimento de categorias como Chocolates, Ovos de Páscoa e Peixaria no curto prazo. Outras categorias muito importantes para o varejo, como Cervejas e Refrigerantes, que apresentavam queda há duas semanas, voltam a crescer junto com a compra de Destilados. Categorias básicas de cuidado pessoal (Desodorantes, Produtos para a pele e Hair Care) são destaques bem como as maiores categorias da cesta de Limpeza (Sabão em pó, amaciante e concentrados de Limpeza).
Saúde assume ranking de preocupações dos brasileiros
Aumenta o número de lares impactados financeiramente devido a pandemia
Segundo o estudo sindicalizado da Nielsen Homescan (dados preliminares referentes ao campo de 6 a 12 de abril), aplicado junto aos lares brasileiros, ao serem questionados sobre sua maior preocupação neste momento, 91% dos respondentes a?rmaram que “Saúde” está em primeiro lugar, seguido de “Finanças”.
Vemos neste período uma mudança no padrão de preocupações do brasileiro, visto que “Finanças” ocupava o posto de preocupação número 1 do lar brasileiro continuamente desde 2014. Ainda assim, em um momento de incertezas, 80% dos domicílios que não haviam sido impactados* com a crise nos últimos dois anos declaram que, neste período de pandemia, serão afetados ?nanceiramente e, por isso pretendem economizar principalmente nos gastos com Roupas, Lazer e Comida Fora de Casa.
*Lares que não foram impactados representam 31% da população, com maior concentração em classes AB. Honrou as contas e não foram impactados com desemprego
Reflexos nos hábitos de compra
Com o isolamento social de grande parte da população (que agora passa mais tempo dentro de casa) e o medo do futuro causado pela pandemia, os lares mudam o movimento de compras “mais picadas” e voltam a se abastecer.
Re?exos já podem ser percebidos na diminuição da frequência de compra (-6,5%) e aumento de intensidade (+22%) na última semana de março/20 versus o mesmo período no ano anterior.
Destaque especial para o Cash & Carry, principal canal para missões de abastecimento, onde a intensidade comprada mais do que dobrou, e o gasto por ocasião de compra passa de R$ 41,49 para R$71,57 nesse mesmo período.
Outro destaque é o canal Hipermercado, que vinha perdendo importância nos últimos anos e, neste período, 61% dos lares declaram ter utilizado Hiper/ Super para realizar as suas compras.
Vale destacar ainda como forte movimento neste momento de reclusão o aumento na relevância dos canais online. 41% dos lares que a?rmavam em 2019 que nunca tinham realizado compras pela internet, declaram que utilizaram aplicativos de entrega na última semana de março de 2020. Desses lares, 48% pertencem ao NSE médio/baixo.
Qual a opinião do consumidor brasileiro
Ao observar o comportamento das cestas, categorias que tradicionalmente são de abastecimento, como Mercearia e Limpeza, são as que mais crescem dentro dos lares, com destaque para as Biscoitos (dentro de Mercearia) e Sabão para Roupas (dentro de Limpeza). Bebidas Alcóolicas e Higiene & Beleza são as que mais retraem. Queda de frequência é observada para todas as cestas.
Mas nem todos os lares possuem poder aquisitivo para realizar abastecimento do lar. Sem saída, lares que vivem na informalidade (40% da população do Brasil) e possuem orçamento mais alocado em itens de primeira necessidade, não veem opção se não economizarem com Cesta Básica,Higiene e Limpeza para “sobreviver” à pandemia.
Veja pesquisa na íntegra:
Fonte: Nielsen Total Store Read / Nielsen HomeScan