Nova franquia é menor que uma penteadeira e custa R$ 70 mil, um terço do valor necessário para abrir loja tradicional da marca. Rede ainda promete cashback de quase 70% do valor em produtos
Uma loja que vende cosméticos, maquiagem e outros itens de beleza e é menor que uma penteadeira. Essa é a proposta da Yes! Cosmetics, que anunciou uma microfranquia cápsula de dois metros quadrados. A ideia é levar a franquia para estações de metrô, galerias, shopping centers e principalmente supermercados, para ajudar a turbinar a venda direta. A novidade foi antecipada a PEGN.
De acordo com Felipe Espinheira, vice-presidente e diretor comercial da marca, a cápsula foi projetada para funcionar em um espaço de 2,4 metros quadrados e ser instalada em até 60 dias. O ponto pode ser operado por apenas um funcionário e expor até 170 produtos. “O equipamento pode ter 100% dos SKUs [Unidades de Manutenção de Estoque] dentro, sabendo que é preciso trocar os itens para apresentar todo o mix”, explica.
O investimento inicial necessário para se tornar franqueado é de a partir de R$ 70 mil, mas a franqueadora promete um cashback de até R$ 45 mil (válido até 31 de dezembro) para que o franqueado compre os produtos de seu primeiro estoque – o valor cobrado por item será o mesmo aplicado para o consumidor (sellout). O franqueado pode abrir uma unidade sob o regime de Microempreendedor Individual (MEI), que demanda uma cartela menor de impostos.
O novo ponto foi pensado para ser instalado em cidades com mais de 25 mil habitantes. A projeção é ter 30 franquias cápsulas negociadas até o fim do ano. Hoje, a Yes! Cosmetics tem 109 franquias tradicionais ativas, e mais 32 em processo de inauguração. “A primeira cápsula está em processo de homologação em Salvador (BA). Depois, vamos lançar em torno de cinco por mês.”
A rede pernambucana iniciou a expansão com franquias há pouco mais de cinco anos. Antes, o forte era a venda direta, chegando a ter mais de 10 mil revendedores nos anos 2000. O formato foi pausado para que a rede conseguisse focar nas franquias, e retomado no início deste ano. Hoje ainda representa cerca de 2% do faturamento, mas o objetivo é que chegue a 50% em até dois anos. “Estamos disseminando a cultura para todos os franqueados. É um canal que a companhia tem apostado muito.”
Espinheira conta que a marca sempre teve muito cuidado antes de iniciar algum novo modelo de negócio. O próprio sistema de franquias só foi abraçado pela Yes! depois que a rede tinha aberto mais de 50 unidades próprias. “Aprendemos a gestão do negócio. Erramos em 18 pontos, mas erramos do nosso bolso. Depois de tudo muito bem testado, entendemos que estávamos prontos para nos tornarmos uma franqueadora.”
Hoje, a rede recebe 1.000 novos leads interessados em franquias todos os meses. Cerca de 95% não têm o capital necessário para a abertura de uma loja convencional, que pode passar de R$ 200 mil. “Daí surgiu a ideia de viabilizar algo que pudéssemos entrar na microfranquia.” O modelo foi pensado para não prejudicar franquias maiores já existentes e para ajudar a levar a marca para novas regiões.
Uma das condições para manter o diferencial nas lojas completas da Yes! Cosmetics nesse primeiro momento foi limitar a venda por e-commerce. As unidades cápsulas ainda não poderão atuar de forma omnichannel, limitando esse faturamento extra ao franqueado que investiu um valor maior. No entanto, isso pode ser repensado no futuro.
Tanto o omnichannel quanto a venda direta foram algumas das válvulas que ajudaram as empresas de cosméticos, como O Boticário, Natura e Avon, a passarem pela pandemia. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd), mais da metade (52%) dos cerca de quatro milhões de revendedores brasileiros atuam com cosméticos.
Assim como muitas outras, a Yes! Cosmetics também viu seu resultado ser comprometido pelo período. “Nossa área de cosméticos caiu 70%, porque as pessoas passaram a comprar menos maquiagem com o uso de máscaras, por exemplo.” Há cerca de dez meses, no entanto, com a reabertura da economia, a volta foi acelerada, segundo o empreendedor, e as vendas já estão 22% acima de 2019, ano pré-pandemia. “Agora, a meta é terminar 2022 com um resultado 35% maior, sem contar as novas lojas.”
Fonte: Revista PEGN