A dívida pública federal em títulos – que inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior – registrou aumento de 2,75% e atingiu R$ 5,198 trilhões em fevereiro, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (24).
Em janeiro, a dívida somava R$ 5,059 trilhões.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Ou seja, são empréstimos feitos para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.
Segundo o Tesouro, em fevereiro as emissões somaram R$ 177,97 bilhões – maior valor para o mês e o segundo maior valor de toda a série histórica. Já os resgates alcançaram R$ 66,46 bilhões.
Portanto, as emissões superaram os resgates em R$ 111,51 bilhões no mês passado. Esse valor de emissão líquida (subtraídos os resgates) é o terceiro maior da série histórica do Tesouro.
A emissão líquida e as despesas com juros, que totalizaram R$ 27,71 bilhões foram os fatores que contribuíram para o aumento da dívida, informou o Tesouro.
Colchão
As emissões, informou, foram suficientes para atender a necessidade de financiamento do governo e “para manter o caixa acima do limite prudencial”.
De acordo com o Tesouro, o colchão da dívida pública está em R$ 933,22 bilhões o que é suficiente para cobrir seis meses de pagamentos que o governo precisará fazer devido a títulos da dívida que vão vencer nesse período.
“Os meses de março, abril e maio de 2021 concentrarão vencimentos estimados em R$ 581,2 bilhões”, informou.
Cautela
O Tesouro Nacional informou que o mês de fevereiro foi marcado “pela cautela com o cenário doméstico e a evolução da pandemia, apesar do início da vacinação dos grupos prioritários.”
Informou ainda que a discussões em torno da PEC emergencial e do novo auxílio emergencial contribuíram para a percepção de elevação do risco fiscal.
No mês de março, a instituição observou uma limitação do apetite ao risco no mercado interno, em função das preocupações com o movimento das “Treasuries” – um conjunto de títulos públicos emitidos pelo governo dos Estados Unidos e que apresentaram elevação nos rendimentos – e com os impactos da pandemia.
“No cenário doméstico, a curva de juros ganhou nível e perdeu inclinação, com os prazos mais curtos reagindo à política monetária e os mais longos em alta, refletindo o cenário externo mais negativo”.
Segundo Luis Felipe Vital, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, é possível observar custos mais altos para emissão da dívida, mas isso não é considerado uma tendência.
“O que a gente viu é que o mês de março foi um mês de mais turbulência. De elevação nas taxas de juros, então, na margem, a gente pode observar custos maiores sim”, disse.
Fonte: G1