A empresa fabricante de guloseimas Docile, anteriormente focada no atacado e na distribuição, decidiu explorar o setor varejista. A companhia gaúcha planeja estabelecer quiosques com sua marca em todo o Brasil, adotando um modelo de franquias semelhante ao da concorrente Fini. Para iniciar esse empreendimento, escolheram São Paulo como ponto de partida.
A primeira unidade foi inaugurada no aeroporto de Congonhas e iniciou suas operações ontem, após oito meses de negociações com a Infraero. Embora seja uma loja própria, a intenção é que sirva como um modelo para futuros franqueados. A escolha do aeroporto foi estrategicamente feita com base no fluxo de 20 milhões de pessoas por ano, incluindo formadores de opinião com poder aquisitivo de diversas partes do Brasil que visitam São Paulo a lazer e a negócios.
Ricardo Heineck, sócio-diretor e um dos fundadores da empresa, destaca a preferência por Congonhas em relação a Guarulhos devido ao seu espaço menor, o que teoricamente aumenta a visibilidade do quiosque da Docile para os passageiros.
A meta da Docile é estabelecer uma rede de 25 unidades até o final do ano, sendo a maioria no formato de franquia, e algumas já estão em fase de negociação. A empresa prevê ter cinco ou seis quiosques próprios, estrategicamente localizados para atrair potenciais franqueados. Antes da inauguração em Congonhas, a Docile já havia aberto um quiosque laboratório em Lajeado (RS), onde está localizada a sede da empresa, que continuará em operação.
A empresa está investindo R$ 5 milhões no projeto. Embora não divulgue projeções de margem para o negócio de franquias, a Docile afirma que pretende oferecer retornos superiores aos praticados pela concorrência. Enquanto a Fini promete lucratividade de 13% a 15%, com retorno do investimento em pelo menos 20 meses, a Docile busca superar esses números.
Apesar de ingressar no varejo, Heineck rejeita a ideia de competir com os clientes do setor de atacado e distribuição. Ele enfatiza que os quiosques visam fortalecer a marca, podendo impulsionar as vendas dos clientes varejistas. A estratégia é permitir que os consumidores experimentem os produtos nos quiosques da Docile e posteriormente adquiram os mesmos doces em supermercados.
Com 33 anos de história, a Docile possui fábricas em Lajeado e Pernambuco, produzindo 40 mil toneladas de doces por ano e exportando para 60 países. A empresa estima uma receita de R$ 780 milhões em 2024, acreditando que o negócio de franquias, quando consolidado, pode representar entre 3% e 5% de sua operação total.
Fonte: Pipeline Valor