O dólar opera em alta nesta sexta-feira (7), chegando renovar sua máxima recorde histórica acima de R$ 4,30, acompanhando a força da moeda norte-americana no exterior e repercutindo a desaceleração da inflação brasileira.
Às 12h11, a moeda norte-americana subia 0,85%, vendida a R$ 4,3210. Na máxima da sessão, a divisa bateu R$ 4,3220 – maior valor nominal já atingido pela moeda.
No dia anterior, fechou em forte alta de 1,08%, vendida a R$ 4,2847. No ano, acumula alta de 6,86%. O recorde de fechamento, até agora, é de R$ 4,2850, alcançado em 31 de janeiro.
O Banco Central ofertará nesta sexta-feira até 13 mil contratos de swap cambial para rolagem do vencimento abril de 2020.
Cenário local
O movimento da moeda americana está alinhado com a valorização da divisa em relação a outras de mercados emergentes. No entanto, mesmo com o dólar nas alturas, os juros futuros se ajustam em baixa, após a inflação oficial de janeiro ficar abaixo da expectativa do mercado, destaca o Valor Online.
O IPCA de janeiro registrou o menor nível para o mês desde o início do Plano Real ao marcar 0,21% de aumento. O número veio abaixo do piso das estimativas do mercado (0,28%) e ficou bem abaixo da mediana de 0,35% obtida a partir das projeções coletadas pelo Valor Data. O caráter benigno da inflação continua no foco dos mercados, mesmo após o Banco Central (BC) ter fechado a porta para novos cortes na Selic no curto prazo.
Os juros futuros, assim, se descolam da pressão contra mercados emergentes, observada na alta do dólar ante o real.
A analista You-Na Park-Heger, do Commerzbank, nota que o real sofreu significativamente nas últimas semanas com especulações de cortes nas taxas de juros. “Agora que isso aconteceu e o BC anunciou que não há mais reduções na agenda, o real não deve sofrer mais pressão de depreciação por esse lado. No entanto, a taxa de juros historicamente baixa permanece um fator oneroso para o real, especialmente porque o juro real está próximo de zero”, diz a analista. Assim, o Commerzbank não espera uma recuperação do real por enquanto e diz que a moeda brasileira continua vulnerável a fases de maior aversão a risco.
Além disso, continuam no foco as preocupações dos investidores com o coronavírus e com o impacto sobre a economia. Ontem, os economistas do J.P. Morgan revisaram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano de 2% para 1,9%, na esteira da disseminação do novo vírus.
Mercado de trabalho dos EUA
Os mercados observam também relatório de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA, que apontou a criação de 225 mil postos em janeiro, mas alta do desemprego de 3,5% para 3,6% no mês passado.
Os Estados Unidos criaram 225 mil postos de trabalho em janeiro, segundo dados divulgados pela agência oficial de estatísticas trabalhistas (BLS, na sigla em inglês) do país. A taxa de desemprego, no entanto, subiu para 3,6% no mês, ante 3,5% em dezembro, resultado de um acréscimo de 574 mil pessoas na força de trabalho.
O número de desempregados, por sua vez, passou de 5,753 milhões para 5,892 milhões de dezembro a janeiro. Já o número de desempregados considerados de longo prazo – aqueles que buscam emprego há pelo menos 27 semanas – ficou em 1,2 milhão, ou cerca de 20% do total de desempregados.
á o número de empregados em tempo parcial por motivos econômicos foi estimado em 4,2 milhões. Essas pessoas, que prefeririam trabalho em tempo integral, estavam em tempo parcial por terem tido suas horas reduzidas ou por não encontrarem trabalho em tempo integral.
O BLS estimou em 1,3 milhão o número de pessoas ligadas marginalmente à força de trabalho – pessoas que querem trabalhar e estavam disponíveis, e que procuraram trabalho em algum momento nos 12 meses anteriores, mas que não o fizeram nas quatro semanas antes da pesquisa por algum motivo.
Variação do dólar em 2020 — Foto: Arte/G1
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/07/dolar.ghtml