A filial norte-americana da Iberdrola, controladora da Neoenergia no Brasil, cancelou um contrato de aquisição no valor de US$ 4,3 bilhões com sua concorrente nos Estados Unidos, a PNM Resources, encerrando um período de três anos de litígios legais e regulatórios em torno do negócio.
O acordo de 2020, no qual a subsidiária Avangrid da Iberdrola pretendia adquirir a PNM, sediada no Novo México, foi anulado devido à não obtenção de todas as aprovações regulatórias finais até 31 de dezembro, conforme declarado pela empresa em um comunicado na terça-feira (2). A Avangrid acrescentou que não havia um cronograma claro para uma possível resolução.
A ruptura do acordo representa um revés significativo para as aspirações da Iberdrola de expandir suas operações nos Estados Unidos. No entanto, a administração da empresa espanhola afirmou repetidamente estar aberta a explorar outras opções caso a aquisição da PNM não se concretizasse.
Em dezembro de 2021, os reguladores do Novo México vetaram a decisão da Avangrid de comprar a PNM, alegando que não estava no interesse dos consumidores do estado. Os comissários mencionaram o histórico insatisfatório de serviços da Avangrid no nordeste dos EUA, juntamente com preocupações relacionadas a uma investigação criminal envolvendo executivos da Iberdrola. Essa investigação, no entanto, foi rejeitada por um tribunal em Madrid.
A expansão para o Novo México teria proporcionado à Avangrid a oportunidade de diversificar sua base de clientes em estados mais quentes, reduzindo a exposição às elevadas demandas de pico no inverno e às restrições nos oleodutos.
Além disso, o negócio fazia parte dos planos da Iberdrola para aumentar os investimentos em suas operações de rede. Em novembro de 2022, a concessionária afirmou que mais da metade de seus investimentos totais até 2025 seriam direcionados para melhorias em redes elétricas.
Em um comunicado separado, a PNM expressou desapontamento com a decisão da Avangrid, mencionando que seu conselho havia aprovado uma extensão do prazo até 31 de dezembro para garantir a aprovação regulatória, mas a Avangrid não aceitou e encerrou a fusão. A presidente do PNM, Pat Vincent-Collawn, afirmou: “Estamos profundamente desapontados com a decisão da Avangrid”.
Fonte: Infomoney