Foco da Virtual Make, de Katia Caetano, é fornecer produtos para revenda e ajudar empreendedoras individuais
Em 2015, a profissional de marketing Katia Caetano estava desempregada quando quis empreender. “Pedi a Deus um sinal sobre o que deveria fazer, e comecei a sonhar com maquiagens. Um dia, sonhei com uma voz que dizia ‘Virtual Make‘. Quando acordei, vi que o nome não estava registrado no Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) nem no Instagram”, conta ela. No mesmo dia, Katia formalizou o nome como sua marca e abriu contas nas redes sociais.
Ela pediu emprestado o cartão de crédito de sua irmã, Andreia Caetano, e fez uma compra de R$ 1 mil em maquiagens para revender. “Pensei em montar um site, porque assim eu poderia cuidar das minhas filhas e gerar renda. Fiz cursos gratuitos de capacitação no Sebrae sobre o tema”, diz.
A empreendedora não vendeu quase nada nos primeiros três meses do e-commerce, no começo de 2016. Na época, a renda familiar era gerada pelo marido, Rafael Batista, que tem uma serralheria.
“Usei esse tempo pra me aperfeiçoar. Coloquei os produtos no Mercado Livre e fiz um acordo com um amigo fornecedor para me dar caixas de batom de forma consignada. No quarto mês da empresa, vendemos mais de 100 caixas por dia. Foi uma loucura”, lembra Katia.
No fim do ano, percebendo o movimento e estilo das vendas, ela decidiu que a Virtual Make deveria focar apenas no atacado. A empreendedora chamou a irmã e o marido para serem sócios e hoje os três têm a mesma participação na empresa. Katia cuida da área comercial e de marketing, Andreia toca a administração e o RH e Batista comanda a logística e o estoque. A empresa fica em Guarulhos (SP) e tem 15 funcionários divididos nas três áreas.
As marcas de maquiagem comercializadas pela Virtual Make são populares, como Macrilan, Ruby Rose, Vivai, Playboy e Fenza. O valor principal da empresa, segundo a fundadora, é poder gerar renda e independência financeira para mulheres. “Gosto de ouvir clientes dizerem: ‘Comecei com um kit revenda e hoje tenho uma loja’. Elas conseguem abandonar relações abusivas e sair de casa depois de revenderem”, conta Caetano.
Os kits para revendedoras, que custam por volta de R$ 200, têm facilidades com foco no empreendedorismo individual. Segundo explica a empresária, o Kit Meu Primeiro Negócio, por exemplo, vem com 40 produtos populares entre as consumidoras finais, além de contar com uma planilha de controle financeiro e um e-book que ensina como melhorar as vendas, mostrando preços sugeridos para a revenda.
“Montamos os kits para revenda observando os produtos mais populares e com base nas principais dúvidas do nosso SAC, que eram ‘não sei quais itens devo comprar para revender’ e ‘quanto devo cobrar por item’. Os itens de ajuda ao empreendedorismo tem a ver com os perrengues que eu passei no começo, porque não sabia controlar as entradas e saídas, e é preciso diferenciar a finança pessoal da empresa”, diz a empresária sobre as orientações que o kit dá às revendedoras de maquiagem.
A empresa tem crescido ao longo dos anos. Em 2020, a Virtual Make faturou R$ 10 milhões, um crescimento muito acima do esperado. No ano seguinte, por uma retração observada no setor de e-commerce, segundo conta Katia Caetano, a empresa faturou R$ 4 milhões. A expectativa para 2022 é faturar R$ 6 milhões.
“Essa retração do ano passado atingiu o comércio virtual por conta da inflação e da reabertura do comércio físico. Mas, atualmente, vemos uma retomada do nosso crescimento”, afirma Caetano.
Fonte: Revista PEGN