O grupo de funk carioca “Os Hawaianos” foram o destaque do penúltimo dia da Campus Party Brasil 2022. Em um misto de entrevista, palestra e wokshop, os integrantes falaram sobre empreendedorismo e arte “das quebradas”, ao som de música e sob muitos aplausos do público.
Enquanto Os Hawaianos exaltavam a educação e o conhecimento para celebrar o sucesso comercial, outro jovem sonhador mostrava – a poucos metros – o caminho para mudar vidas e futuros por meio da representatividade das periferias. “A favela representada altera o destino de muita gente. Na verdade, altera os rumos de uma sociedade”, comemora Tauan Matos, um dos criadores do movimento Mais1Code,.
São dois mundos diferentes – Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, e as periferias da zona norte de São Paulo -, mas que se conectam no sonho de liberdade, de representatividade e empreendedorismo. São vertentes da mesma trajetória e do mesmo conceito: aprender cada vez mais e disseminar conhecimento, sobretudo entre os jovens.
Os Hawaianos estão juntos há 20 anos, contando um breve período separados. Saíram da favela e se tornaram conhecidos como músicos e cantores na época em que o circuito Furacão 2000 dominava o Rio. Faziam bicos e vendiam balas em semáforos até que a música ofereceu novos caminhos, mas bem acidentados.
“Se tivéssemos oportunidades de conhecimento e aprender sobre finanças e empreendedorismo, possivelmente estaríamos ricos e teríamos evitado muitos problemas”, diz Yuri Hawaiano, um dos integrantes. “O Desafio Liga Jovem é extraordinário, pois oferece chances maravilhosas de aprendizado para jovens carentes. Digo mais: oferece um futuro. Queria o Sebrae lá do meu lado nos anos 2000, quando começamos, acrescenta Yuri.”
Outro integrante, Tonzão, reforça as palavras do parceiro e valoriza a educação empreendedora e a formação dos jovens neste modelo de conhecimento. “Gosto quando nos tomam como exemplo. Somos exemplos de que é possível empreender na favela e, principalmente, gerar empregos e criar modelos de negócio.”
Os Hawaianos são um dos grupos de funk mais importantes do Brasil atualmente. Eles estão entre os mais ouvidos com o hit “Desenrola, Bate e joga de Ladinho”, e reuniram uma pequena multidão na Campus Party por duas vezes em palestras separadas.
Tauan Matos, da Mais1Code, também usa exemplos das comunidades para reforçar o tema representatividade como forma de elevar autoestima de jovens empreendedores.
A iniciativa Mais1Code já ofereceu cursos de desenvolvimento tecnológico e de informática e inglês para mais de 5 mil jovens carentes, impactando também a trajetória de outras 13 mil pessoas.
“A favela, estando representada, amplia as chances de oportunidades de desenvolvimento. E os jovens são fundamentais para esse processo”, afirma o executivo.
Aos 28 anos de idade, ele acredita que são necessárias mais iniciativas como a sua e o Desafio Liga Jovem, que são fundamentais para soluções tecnológicas sejam alcançadas e impactem no cotidiano das favelas.
“É um orgulho imenso quando observamos que jovens empreendedores de comunidades carentes obtiveram resultados extraordinários mergulhando na tecnologia”, celebra Matos. “Apoiamos iniciativas ótimas, como o desenvolvimento de aplicativos para moradores de comunidades que avisam com antecedência a possibilidade de temporais, que causam alagamentos e deslizamentos. Isso impacta e muda a vida da comunidade”, acrescenta.
Fonte: Agência Sebrae