O “mix” de energia europeu contou, pela primeira vez na história, com um maior peso das energias renováveis do que das fósseis. Uma fasquia cruzada no conjunto do primeiro semestre.
Cerca de 40% da eletricidade que foi consumida entre janeiro e junho foi proveniente de fontes renováveis, acima dos 34% correspondentes aos combustíveis fósseis, calcula o grupo ambientalista londrino Ember, citado pela Bloomberg. Desta forma, as emissões de dióxido de carbono desceram 23%.
“Isto marca um momento simbólico na transição do setor elétrico na Europa”, afirma um analista da Ember. A procura por eletricidade decresceu 7% na Europa, tendo a produção de energia fóssil afundado 18%. Já a geração de renováveis subiu 11% no mesmo período.
Apesar de a procura por eletricidade ter diminuído, a produção oriunda de instalações eólicas e solares aumentou, já que um maior número passou a estar ativo neste período e a tirar partido do clima. Paralelamente, a disponibilidade hídrica nos mercados nórdicos e ibéricos também deu um contributo relevante.
Portugal tem maior quebra europeia no carvão
Com o título de maior perdedor ficou, por oposição, o carvão. A energia com origem nesta fonte poluente deslizou 32% no conjunto dos países europeus.
De acordo com os dados da Ember, a quebra do consumo de energia com origem no petróleo foi de 95% em Portugal, “uma vez que viu períodos extensos completamente livres de carvão”. Esta foi a maior quebra percentual na europa, com a Alemanha a conseguir o melhor resultado em termos absolutos.
Fonte: Jornal de Negócios