Mercado monitora os efeitos da doença na demanda chinesa por alimentos, que é a maior do mundo.
O secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, afirmou nesta quarta-feira (29) que não sabe se o surto de coronavírus na China vai afetar a promessa de Pequim de aumentar as compras de produtos agrícolas norte-americanos, parte da Fase 1 do acordo comercial firmado entre os países.
Os contratos futuros da soja, trigo e milho negociados nos EUA recuaram recentemente, na esteira de temores relacionados ao avanço do coronavírus.
“Isso obviamente terá algumas ramificações no cenário amplo da economia, que nós esperamos que não inibam a meta de compras que temos para este ano”, disse Perdue a repórteres.
Como parte de um acordo comercial de Fase 1 assinado com os EUA, Pequim concordou em realizar grandes aquisições de produtos agrícolas norte-americanos, mas ainda há dúvidas a respeito de uma série de questões.
O acordo comercial inclui promessa da China de comprar ao menos US$ 12,5 bilhões adicionais em produtos agrícolas em 2020, e ao menos mais US$ 19,5 bilhões a mais do que o nível de 2017, de US$ 24 bilhões em 2021. Porém, o governo chinês afirma que vai se basear em “princípios de mercado”.
O vice-premiê Liu He já havia afirmado após o acordo que outros fornecedores de commodities agrícolas para a China não serão impactados pelo acordo comercial com os Estados Unidos já que as compras serão baseadas em princípios de mercado.
“O mercado da China é uma parte muito importante do mercado internacional agora. Não é como se qualquer país pudesse exportar (para a China) tantos produtos quanto quiser. É preciso mostrar a competitividade do produto”, disse ele.
As declarações de Liu destacam as incertezas que ainda persistem sobre o acordo e como a China vai implementar o aumento nas importações dos EUA.