A grande questão na Europa continua sendo a segurança energética e é por isso que um retorno à paridade é mais provável do que uma alta para US$ 1,04
O euro ainda caminha para a paridade com o dólar, e nem mesmo um ritmo mais rápido de aumentos de juros pelo Banco Central Europeu pode mudar isso, segundo operadores e estrategistas de mercado.
A grande questão na Europa continua sendo a segurança energética e é por isso que um retorno à paridade é mais provável do que uma alta para US$ 1,04, disse Francesco Pesole, estrategista de câmbio do ING. Além disso, o diferencial de juros entre a Europa e os EUA ainda justifica a fraqueza do euro.
“O tamanho do ciclo de aperto do BCE é muito pequeno em comparação com o Fed”, disse Pesole. “Não dá para dizer que isso pode impulsionar a valorização do euro em um ambiente em que a zona do euro corre o risco de não ter gás neste inverno.”
O euro caiu cerca de 1% para até US$ 1,013 na sexta-feira. Na semana passada, a moeda comum chegou a ser negociada em paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos.
O BCE elevou sua taxa de referência em 0,5 ponto percentual na quinta-feira, um aumento maior do que muitos operadores esperavam. O mercado também observa a turbulência política na Itália, com o país a caminho de uma eleição antecipada, e se o fornecimento de gás russo voltará ao normal.
A decisão de juros do BCE “reduz a velocidade/magnitude da queda do euro, mas é improvável que mude a trajetória”, disse o estrategista de câmbio do Wells Fargo, Erik Nelson. “Esperamos que o euro seja negociado em até US$ 0,95 nos próximos meses.”
Fonte: Bloomberg