O mercado dos vinhos nunca esteve tão aquecido no Brasil. Os motivos? Maior demanda causada pela pandemia, e-commerces especializados cada vez mais robustos e, principalmente, marcas nativas digitais que correm contra o relógio para abocanhar parcelas maiores do segmento.
Nesta segunda-feira, o Aqua Capital, fundo de private equity de agronegócios e alimentos, anunciou a venda da Grand Cru, maior importadora, distribuidora e varejista de vinhos premium da América Latina, para a Evino, segundo maior e-commerce de vinhos da região.
O valor da transação não foi revelado, mas a aquisição cria um negócio com receita de 700 milhões de reais em 2021.
Com compra da Grand Cru, a Evino se torna a terceira maior importadora de vinhos do país, ficando atrás, apenas, da Wine, que assumiu o primeiro lugar nas importações após comprar a importadora Cantu por 180 milhões de reais em maio deste ano, e da Concha Y Toro, que ocupa a segunda posição.
“A venda da Grand Cru reforça o compromisso do Aqua Capital de entregar liquidez aos seus investidores através do desenvolvimento de múltiplos caminhos de saída de suas empresas em carteira”, diz Sebastian Popik, sócio-fundador do Aqua Capital, que controla a Grand Cru desde 2014. “Julgamos o momento da venda da Grand Cru apropriado devido a força e resiliência que a marca demonstrou nos últimos anos” afirma.
Em 2014, a Grand Cru contava 27 lojas físicas espalhadas pelo país. Hoje são 107, sendo 17 próprias e 90 franquias. A aquisição da importadora reforça o desejo da Evino de marcar mais presença no mundo físico. “Os modelos de negócio da Grand Cru e da Evino se complementam. Enquanto nós temos a expertise dos espaços físicos, a Evino traz a experiência do digital”, diz Alexandre Bratt, CEO da Grand Cru. “Com a junção dos negócios, conseguimos atender o cliente em toda a jornada de compra, seja no físico ou no digital, oferecendo uma variedade inédita de vinhos, dos rótulos de entrada até os mais premium”, diz Bratt.
Com o plano de expansão no mundo físico a pleno vapor, a Grand Cru espera fechar 2021 com 27 novas franquias e com um faturamento de 311 milhões até o final do ano.
A aquisição da importadora pela Evino ainda precisa ser aprovado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o que deve acontecer em dezembro.
Para 2022, o plano da Evino é criar uma holding para controlar ambas as marcas, que continuarão com seus nomes existindo no mercado da forma que é hoje. Os CEOs também permanecem os mesmos. “Desde 2009 nós estudamos como oferecer uma proposta de valor cada vez mais interessante para os nossos clientes. As conversas com a Grand Cru começaram há mais de um ano e nós percebemos que as marcas possuem canais que não se sobrepõem, mas sim se complementam. Vamos combinar as estruturas e os times, mas a marca Grand Cru e a marca Evino seguem existindo. Estamos construindo uma potência no mundo dos vinhos”, afirma Ari Gorenstein, CEO da Evino.
Fonte: Exame