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Feijão deve ter perda de 25% na produção da primeira safra e ficar mais caro no 1º tri

Clima irregular comprometeu produtividade em Minas Gerais e Goiás e volume ofertado pode ser menor do que a demanda da população

O feijão, apesar de ser um item essencial na cesta básica, enfrenta anos consecutivos de redução na área plantada e queda na produtividade. Em 2024, a situação tende a se agravar devido às condições climáticas. Marcelo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), estima que 25% da produção da primeira safra será perdida no primeiro trimestre.

A primeira safra refere-se ao período de plantio entre agosto e novembro, com colheita entre dezembro e março. As condições climáticas adversas, como excesso de chuvas no Sul e seca em regiões produtoras de Minas Gerais e Goiás durante o desenvolvimento da planta, acenderam o alerta sobre a disponibilidade do alimento.

Lüders destaca: “Devemos colher 750 mil toneladas, enquanto a demanda é de 875 mil. Não há feijão suficiente para atender à demanda usual”. Em 2022/2023, o Brasil colheu 805 mil toneladas de feijão, já partindo de um histórico de baixo estoque. A quebra na safra resultará em redução no volume colhido, impactando a oferta à população e causando aumento nos preços.

O presidente do Ibrafe prevê que esta será a menor colheita de feijão da história na primeira safra. Em fevereiro, março e abril, espera-se um impacto nos preços, atingindo possivelmente valores superiores a R$ 10 o quilo, chegando a R$ 15 em algumas regiões.

Segundo a Conab, a área plantada na primeira safra de feijão foi de 858 mil hectares, 19% menor em comparação com cinco anos atrás. O Brasil consome entre 170 e 175 mil toneladas de feijão por mês, representando cerca de 13 quilos per capita ao ano. No entanto, a produção atual está abaixo dessa média, comprometendo a disponibilidade do feijão.

A saca de feijão-carioca atingiu US$ 70 nesta semana, refletindo um aumento de 80% desde agosto. Apesar de ser um estímulo para a venda de estoques, os produtores prefeririam colher em maior volume e com preços mais modestos.

Lüders destaca que a alta nos preços não é resultado de especulação, mas sim de uma produção menor. A baixa produção não afeta apenas o mercado interno, mas também limita as oportunidades de comércio internacional. Países como China, México, Cuba e Índia demonstraram interesse na compra do feijão brasileiro, abrindo portas para exportações futuras.

Fonte: Exame

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