A Leve, fintech de serviços financeiros para empresas, anunciou o lançamento de uma ferramenta que permite a antecipação de até 100% do salário dos funcionários, chamada de “salário sob demanda”.
O objetivo é trazer mais facilidade no acesso a dinheiro “fora do hora”, e ajudar trabalhadores a escaparem do temido cheque especial, explica Gustavo Raposo, CEO e cofundador da Leve. “As pessoas recorrem às ferramentas que têm acesso, mas isso quase sempre implica em taxas absurdas. No caso do cheque especial, 8% ao mês”, diz.
Na prática, o que a Leve oferece é uma ferramenta pela qual os funcionários podem antecipar o valor do salário relativo à quantidade de dias trabalhados, pagando uma taxa mínima por isso — são R$ 5 reais por operação. O custo, porém, é das empresas que contratam assessoria financeira e os outros serviços da Leve, e não do empregado.
O lançamento, segundo Raposo, segue uma tendência global do que é chamado de “liberdade de escolha financeira”, ou seja, o pagamento mensal passa a ser apenas uma opção, e não uma obrigatoriedade. “A lógica é que um funcionário possa antecipar um valor antes da data do pagamento e evitar o acúmulo ainda maior de um cheque especial ou cartão de crédito. É resolver o problema ali na hora e dar a autonomia para que ele decida quando e quanto receber pelo seu trabalho”.
Além do valor do salário, os funcionários também recebem orientações individuais de consultores financeiros da Leve.
Colher de sopa para as PMES
Fora o benefício à classe trabalhadora, empresas podem ser beneficiadas, na ponta, ao oferecer o serviço da Leve ao time de funcionários, segundo Raposo. A primeira prova disso é que o valor antecipado aos empregados não vem do caixa da empresa, e sim da fintech.
Isso, segundo o CEO, pode fazer com que companhias — principalmente de pequeno e médio porte — passem a incluir a antecipação de salário como um benefício corporativo. “Muitas pequenas empresas deixam de oferecer um recurso que é muito vantajoso para os funcionários simplesmente porque não cabe nas despesas”, diz.
Por lei, os trabalhadores têm direito a adiantar até 40% do salário. Porém, não são todas as empresas que têm dinheiro no caixa todos os dias do mês para isso, o que pode ser ainda mais comum entre as empresas de pequeno e médio porte. “Isso significa muito. Liberar até 40% do caixa de uma empresa e ainda liberar uma posição, já que seria necessário uma pessoa para lidar com todos os trâmites financeiros. É um recurso que pesa no bolso”, diz.
Atualmente, mais de 100 empresas utilizam algum dos serviços financeiros da Leve. Juntas, elas impactam mais de 45.000 funcionários no país. Entre as companhias estão iFood, MaxMilhas, Universidade Estácio de Sá, Grupo Moura, WAP, Imaginarium, Amaro, GoCase e RdStation.
Segundo Raposo, a expectativa é que todos os novos usuários da Leve já passem a contar com a solução de adiantamento. Já para a base atual, o uso do novo recurso será para 60% dos clientes e chegará a 100% em um futuro próximo.
Fonte: Exame