Segundo pesquisa Trimestral de Desempenho do setor realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), faturamento chegou aos R$ 48 bilhões
Com um faturamento 16,8% maior, o franchising brasileiro acelerou a recuperação no segundo trimestre deste ano frente a igual período de 2021 — passou de passou de R$ 41,140 bilhões para R$ 48,052 bilhões. Ao mesmo tempo, o setor superou em 11,4% o faturamento nominal do segundo trimestre de 2019. Quando observado o crescimento em relação ao mesmo período de 2020, início da pandemia, o índice chega a 73,3%. Os dados são da Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) e divulgada nesta quarta-feira (17/8).
O resultado positivo tem outras influências além da recuperação da economia de forma geral. Entram como fatores o maior fluxo de consumidores nas lojas físicas, a retomada de hábitos presenciais e de eventos sociais e corporativos, e uma grande demanda reprimida em segmentos como alimentação e turismo — ao mesmo tempo que delivery e e-commerce não perderam força.
A inflação no primeiro semestre influenciou os resultados. No entanto, o setor não fez o repasse integral e buscou formas de mitigar seus reflexos. Para isso, foram tomadas ações como renegociação, troca de fornecedores, alteração de mix de produtos, adoção de novas tecnologias, revisão de processos e uma crescente digitalização. “O forte retorno presencial apoiado pela vacinação e a demanda reprimida foram alavancas importantes, mas o franchising está fazendo sua parte para que o crescimento seja sustentável e consistente”, diz André Friedheim, presidente da ABF, em nota.
O setor totalizou 1.453.852 pessoas empregadas diretamente neste segundo trimestre, ante 1.292.034 no mesmo período do ano anterior — uma alta de 12,5%. “O franchising é tradicionalmente a porta de entrada não só para os empreendedores como para os jovens no primeito emprego. Diante do aumento das vendas, mesmo que gradual, observado no segundo trimestre, os empresários do setor avançaram em contratações”, declara o presidente da ABF.
Em relação à abertura de unidades de franquias, o índice foi de 3,7%, ante 3,9% no segundo trimestre do ano passado. Foram encerradas 1,8% das operações contra 1,7% em igual período. O nível de repasses ficou estável, em 0,9% frente a 0,8% de abril a maio do ano passado.
Todos os 11 segmentos do setor apresentaram crescimento. A maior variação positiva no faturamento foi em Hotelaria e Turismo, com 25,4% de alta. Alimentação vem em seguida, com receita 22,3% maior, apoiando-se em datas comemorativas como a Páscoa e do Dia das Mães e a manutenção do delivery.
Também foi revelada a distribuição do faturamento e das unidades de franquias por região. No Sudeste, a fatia cresceu de 52,57% para 52,90%. Um dos motivos para isso, segundo a ABF, é reunir o maior mercado consumidor do País, e empreendedores aproveitando para ocupar pontos comerciais vagos durante a pandemia.
Com o resultado, a associação revisou para cima a projeção para 2022 do faturamento, de 9% para 12%, e de unidades, de 7% para 8%. Já o crescimento do número de redes, previsto em 5%, e de empregos, no mesmo percentual, foram mantidos.
“O segundo semestre do ano é tradicionalmente melhor, considerando datas como o Dia dos Pais, que há projeções de uma alta das vendas, a Black Friday e o Natal, e observo também que há um otimismo maior por parte dos empresários. A expectativa é que o setor de franquias brasileiro ultrapasse a barreira de 200 bilhões de reais em faturamento neste ano”, diz o presidente da associação.
Fonte: Revista PEGN