Após um ano de negociações, a cearense Betânia Lácteos e a família Antunes, controladora da Embaré (dona de marcas como a Camponesa), fecharam acordo de fusão. O capital será de R$ 1,7 bilhão, com faturamento estimado para 2022 de R$ 4 bilhões.
Os detalhes do acordo deverão ser divulgados nesta quarta-feira (27), por meio de comunicado ao mercado. A transação também precisa de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O empresário Bruno Girão, sócio majoritário da Betânia Lácteos, deve ser confirmado como o CEO da nova empresa. A gestão dele deverá cumprir metas estabelecidas pelo Conselho de Administração da empresa, que também terá como sócio o fundo norte-americano de investimentos Arlon, que já é parceiro da Betânia.
A união resultará em uma empresa que vai disputar o segundo lugar no ranking das maiores empresas do país em captação de leite com a suíça Nestlé. A liderança entre as companhias com números conhecidos é da Laticínios Bela Vista, dona da marca Piracanjuba.
Fusão da Betânia e Embaré
Ainda em setembro começaram a circular as informações sobre o interesse de fusão das empresas. No dia 5 do referido mês, O POVO confirmou as negociações com o CEO da Betânia Lácteos, Bruno Girão. A negociação irá impactar o segmento de lácteos e derivados no Brasil, já que, após a fusão, as empresas darão origem a segunda maior companhia do segmento em atuação no País.
Na época, razão do sigilo de mercado, comum no início de negociações deste porte, a cearense pontuou que não poderia detalhar o andamento das tratativas.
“De fato nós estamos conversando com a Embaré, mas não podemos comentar nada além disso no momento”, afirmou o gestor da companhia cearense ao O POVO.
Futuro da Betânia envolve expansão das fábricas no Ceará
Com investimento na casa de R$ 70 milhões, a marca Betânia inaugurou da primeira fábrica com capacidade de produção de leite em pó do Ceará gerando cerca de 4 mil empregos indiretos e 60 diretos. O empreendimento foi inaugurado no mesmo dia da confirmação sobre o interesse da fusão com a detentora da marca Camponesa.
Unidade fica instalada no complexo industrial de Morada Nova, a cerca de 164 km de Fortaleza e tem capacidade de processar 200 mil litros de leite por dia. Empreendimento fará do município um polo produtor de todos os produto da linha de lácteos da marca com foco em aumentar presença no mercado de exportação.
A partir da fusão com a Embaré, a Betânia destaca que os planos de desenvolvimento do empresa incluem novos aportes de investimento em outras regiões do Ceará. Parceria também faz parte dos planos do governo do Estado, que projeta expandir a política de assistência para pequenos produtores comprarem tanques de resfriamento para armazenar o leite.
Fonte: O Povo