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GPS, líder em manutenção predial, reduz ambição de preço do IPO

Num mercado cada vez mais reticente, outra empresa está tendo que dar desconto para conseguir emplacar seu IPO.

O Grupo GPS — a maior empresa de serviços terceirizados de limpeza, manutenção e segurança do País — teve que reduzir sua faixa indicativa de preço, que agora vai de R$ 11,25 a R$ 13, segundo fontes próximas à oferta. A faixa anterior era de R$ 13 a R$ 15,5.

No meio do novo ‘range’, a GPS levantaria R$ 2,25 bilhões (metade numa oferta primária e metade na secundária).

No low da faixa, a empresa começaria na Bolsa com um valuation de R$ 7,60 bi, um múltiplo de 14x o EBITDA estimado para 2021.

A empresa pretende usar cerca de R$ 320 milhões da oferta para pagar dividendos de lucros retidos ao longo dos últimos anos. O restante será majoritariamente para M&As.

A maior parte da secundária dará saída parcial aos fundos Warburg Pincus e Gávea, que têm 22% e 15% da empresa e venderão 50% de suas posições. Os sócios fundadores — José Caetano Lacerda, Carlos Pedreira, Luís Martinez e Marcelo Hampshire — também venderão uma parcela pequena (10%), mas continuarão controladores após o IPO.

A GPS presta todo tipo de serviço de terceirização de mão de obra ‘não qualificada’, atendendo prédios e grandes empresas como Petrobras, Grupo Pão de Açúcar e Braskem. Além de limpeza e segurança, seus serviços também incluem logística indoor, manutenção industrial, tratamento de efluentes, alimentação e catering.

Fundada em 1962 na Bahia, a empresa emprega mais de 100 mil pessoas.

Apesar de ser a líder de mercado, a GPS tem um ‘market share’ de menos de 5%. A tese do IPO é que a empresa será a consolidadora do setor — e a GPS tem ‘track record’ para isso: nos últimos dez anos, foram 30 M&As.

O playbook da GPS é fazer aquisições de companhias que faturem de R$ 100 milhões a R$ 500 milhões por ano com grandes ineficiências operacionais, mas que tenham um bom portfólio de clientes e operem em geografias estratégicas.

Melhorando a eficiência, cortando custos e integrando os serviços a sua base existente, a GPS consegue gerar ganhos relevantes de margem. As empresas — que tipicamente são compradas a múltiplos de 5 a 6 vezes o EBITDA — após a integração saem a um múltiplo em torno de 3x.

A GPS faturou R$ 4,9 bi em 2020 com um EBITDA de R$ 564 milhões. O lucro líquido foi de R$ 283 mi.

Para os próximos cinco anos, a expectativa é crescer numa taxa média composta anual de 15% ao ano, um ritmo um pouco menor que nos últimos cinco anos. De 2015 até 2020, a receita cresceu 29% ao ano.

Um dos pushbacks de investidores é que a GPS é “um business extremamente intensivo em capital de giro.”

“Quando ela fecha um contrato, ela tem que contratar todos os funcionários na hora, mas a empresa contratante só começa a pagar dois meses depois,” diz um gestor que olhou a oferta mas decidiu ficar de fora.

Os coordenadores da oferta são Itaú BBA (líder), Goldman Sachs, Bank of America, BTG Pactual, Citigroup e Morgan Stanley.

Fonte: Brazil Journal

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