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HartB cria JV com legaltech europeia para pôr pés no exterior

A HartB, uma startup de IA aplicada que neste ano recebeu um aporte de R$ 30 milhões do cantor Orlando Morais, está dando o primeiro passo para se internacionalizar, como parte de um ambicioso plano para virar a Palantir da América Latina e abrir capital no exterior em três anos.

Fundada por Bruno Ramos, um empreendedor nascido na baixada fluminense e que já passou até pelo Shark Tank Brasil antes de fundar o negócio, a empresa acaba de fechar um acordo com a legaltech espanhola ECIX, do advogado Álvaro Ecija, ex-conselheiro da União Europeia, para criar uma joint venture que será batizada de AIQube e atuará na América do Norte e Europa, com soluções para o setor jurídico e outros produtos.

“Quando eu montei a operação da HartB, já tinha como objetivo ser a maior empresa de IA em operação na América Latina até 2025 e abrir capital em 2026, nos EUA ou no Canadá”, conta Ramos. “Para fazer isso, temos que alcançar mais volume de faturamento, e levar o produto para fora vai resolver isso.”

Em operação desde 2019, a HartB hoje fatura R$ 32 milhões e vem crescendo em média quatro vezes ao ano desde então. Com a nova JV, espera fechar já este ano com receita acima de R$ 75 milhões, mais que o dobro, e contar com 300 funcionários no quadro.

Para seguir com o plano, a startup está capitalizada. Além do aporte de Orlando Morais, que ficou com 20% do negócio, a HartB também foi selecionada pelo Google for Startups para receber um cheque do Black Founders Fund, em dezembro do ano passado. O prêmio também deve incluir a participação em um programa de aceleração.

Assim como a americana que serve de benchmark, a HartB oferece todo tipo de solução tecnológica em dados e automação para seus clientes. A plataforma também aposta nos próprios produtos, todos com modelo de negócio em Saas. Por enquanto, a maior parte dos produtos é voltada ao corporativo.

Um dos produtos mais populares é uma plataforma de IA generativa para o setor jurídico, que analisa contratos e orienta as partes sobre o que pode ser perigoso ou vantajoso em cada acordo — praticamente um advogado digital. Outra delas, uma ferramenta de diagnósticos por imagem, é capaz de detectar diabetes por meio de uma foto do olho do paciente em cerca de 40 segundos — a R$ 30 por exame, enquanto outras soluções chegam a custar R$ 120 ao oftalmologista.

Muitas das iniciativas partiram da experiência do CEO como empreendedor e programador. Em sua primeira iniciativa, ainda aos 16 anos de idade, Ramos desenvolveu um aplicativo de saúde, que monitorava condições dos pacientes por meio das redes sociais. Vendeu a solução para a DBA Engenharia por R$ 350 mil — um valor significativo para o filho de empregada doméstica e de um trabalhador da construção civil, criado na baixada fluminense.

Em 2015, Ramos resolveu apostar no agronegócio, com uma solução voltada à produção de lúpulo. Três anos depois, durante a participação no Shark Tank, vendeu 30% da empresa para o fundador da Polishop, João Appolinário, que até hoje é seu sócio.

Fonte: Pipeline Valor

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