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Hypera encontra uma forma de manter nível de JCP; papel sobe com fim de overhang

As ações da Hypera registraram um aumento de 4,6% em resposta ao anúncio de que a empresa planeja elevar seu capital social em R$ 4,6 bilhões. Essa iniciativa envolve a capitalização de uma parte significativa de suas reservas de incentivos fiscais, como resposta à Medida Provisória 1.185, implementada pelo Governo no final do ano anterior. Esta MP visava limitar a capacidade de pagamento de Juros Sobre o Capital Próprio (JCP).

Anteriormente, as restrições para o pagamento de JCP eram baseadas em dois parâmetros: a empresa poderia distribuir até 40% do patrimônio líquido e até 50% do lucro líquido. Com a MP, a primeira limitação foi ajustada para 40% do patrimônio líquido, descontadas as reservas de incentivos fiscais.

Dado o volume considerável de reservas de incentivos fiscais não utilizadas pela Hypera, essa modificação regulatória resultaria em uma redução de 40% nos JCP que a empresa poderia pagar neste ano, após desembolsar R$ 780 milhões no ano anterior.

Para contornar essa situação, os consultores tributários que assessoram a empresa propuseram a capitalização dessas reservas, aumentando assim o capital social da Hypera. O anúncio dessa estratégia foi bem recebido, com a Goldman Sachs destacando que isso elimina uma pressão que estava afetando as ações. A instituição financeira também expressou a expectativa de que, mesmo com a aprovação da MP, a empresa manterá seu padrão recente de pagamento de JCP.

A não realização da capitalização teria impactado negativamente, com o banco estimando uma redução de 7% no consenso para o lucro deste ano. A Hypera optou por não capitalizar apenas cerca de R$ 500 milhões em reservas de incentivos fiscais, resultando em uma redução projetada de apenas R$ 40 milhões nos JCP deste ano, equivalente a aproximadamente 5% em relação ao ano anterior.

Nos últimos anos, a Hypera tem mantido JCP estáveis em torno de R$ 780 milhões, mesmo com o crescimento do lucro, gradualmente reduzindo o payout da empresa, que está atualmente em torno de 40%. Esse modelo permite à empresa de João Alves de Queiroz Filho, o “Júnior”, obter recursos para investir no crescimento e simultaneamente desalavancar seu balanço. Atualmente, a alavancagem da Hypera é de 2,6 vezes o EBITDA, mas a empresa visa reduzir esse número para menos de 2 vezes. O aumento de capital está sujeito à aprovação em uma assembleia de acionistas marcada para 21 de fevereiro, e a Hypera está avaliada em R$ 20,8 bilhões na B3.

Fonte: Brazil Journal

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