A produção da indústria brasileira voltou a registrar queda em dezembro, na comparação com novembro, segundo a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizadas entre os dias 6 a 17 de janeiro, com 1.965 indústrias de todo o país.
O estudo mostra que o índice de evolução da produção caiu 7,1 pontos frente a novembro e ficou em 43,8 pontos no mês passado. Essa é a segunda queda nesta base de comparação. Em novembro de 2019, o índice de evolução da produção havia recuado 4,3 pontos em relação a outubro.
Contudo, houve melhora em relação a dezembro de 2018, quando o índice de evolução chegou a 40,7. Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando estão abaixo de 50 pontos, mostram queda na produção e no emprego.
Em nota, a CNI reforça que as quedas registradas em dezembro frente a novembro foram inferiores as de anos anteriores.
“Os dados refletem o comportamento esperado para o período, com queda da atividade industrial devido ao término das encomendas para atender às vendas de fim de ano”, diz a pesquisa da CNI.
Já o indicador de evolução do número de empregados diminuiu 1,3 ponto em relação ao mês anterior e alcançou 48,7 pontos em dezembro.
Capacidade instalada
Já a utilização da capacidade instalada da indústria nacional ficou em 63% em dezembro, 2 pontos percentuais acima do registrado em dezembro de 2018. O índice é o maior para o mês de dezembro desde 2010, quando começou a série.
“A indústria encerra 2019 em nível de atividade relativamente mais intenso do que o observado no mês de dezembro de anos anteriores”, avalia a CNI.
Em dezembro, o nível de estoques em relação ao planejado diminuiu 1 ponto na comparação com novembro e ficou em 49 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto está abaixo de 50 pontos, mostra que os estoques estão abaixo do planejado, o que abre espaço para as empresas aumentarem a sua produção.
Intenção de investir melhorou
Por outro lado, a sondagem da CNI mostra que a disposição da indústria para investir aumentou para os próximos seis meses. O índice de intenção de investimento subiu 1,1 ponto na comparação com dezembro e atingiu 59,2 pontos em janeiro.
Foi o quarto aumento consecutivo do indicador, que alcançou o maior nível desde fevereiro de 2014. O indicador varia de zero a cem pontos. Quanto maior o índice, maior é a disposição para os investimentos.
“É fundamental que essa intenção se concretize e a indústria amplie os investimentos”, diz o economista da CNI Marcelo Azevedo.
“O aumento dos investimentos é importante para a criação de mais empregos e para acelerar o ritmo de crescimento da produção e da economia”, completa Azevedo.
De acordo com a pesquisa, todos os indicadores de expectativas estão acima dos 50 pontos. Para a CNI, isso mostra que os empresários esperam o crescimento da demanda interna, das exportações, das compras de matérias-primas e do número de empregado nos próximos seis meses.
Obstáculos ao crescimento
Quando questionadas sobre os principais obstáculos ao crescimento, as indústrias responderam que o principal deles continua sendo a carga tributária elevada (43,6% das menções). Em segundo lugar está a demanda interna que, embora ainda ocupe essa posição, o número de menções à demanda insuficiente caiu de 34,6% para 29,6%.
Empatados em terceiro lugar, ambas com 18,7% das respostas, aparecem a competição desleal e a falta ou o alto custo da matéria-prima. No quinto lugar, com 17,3% das respostas, ficou a falta de capital de giro.
Fonte: https://panoramafarmaceutico.com.br/
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