Dados da indústria vão mostrar se houve fraqueza econômica
Como a indústria brasileira se comportou em dezembro e no balanço de 2019? A resposta foi conhecida ontem, terça-feira (4) com a divulgação do resultado da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-BR) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE).
Os números do setor em novembro não foram animadores, com o pior resultado para o mês desde 2015 e a maior queda desde março. E a projeção do FGV/IBRE para a PIM de dezembro é de nova queda, de -0,5% com relação à novembro (na margem) e -0,9% na comparação com dezembro de 2018. Com isso, espera-se que o ano feche em -1,1%.
Esse resultado se deve, em particular, às nossas expectativas quanto ao desempenho da indústria extrativa, que ainda não parece ter se recuperado dos choques, diz nota de Mayara Santiaho, pesquisadora de Economia Aplicada do FGV/IBRE. Além disso, não há contrapartida positiva na indústria de transformação, visto que esperamos um desempenho fraco no mês de dezembro por conta, dentre outras coisas, da queda na produção de veículos, completa.
A fraqueza da atividade econômica no final do ano passado não foi só da indústria; vários indicadores ao longo de janeiro mostraram resultados decepcionantes em áreas como comércio e serviços.
Este é um dos motivos por trás da expectativa, já majoritária no mercado, de um novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, que será decidida na reunião do Copom nesta quarta-feira 5.
Entre dados do passado e novos estímulos que só terão efeito dentro de alguns meses, a economia brasileira melhora de forma consistente, mas lenta.