O grupo carioca Soma, dono das marcas Farm, Animale e Maria Filó, vai tentar levantar R$ 1,2 bilhão na Bolsa no fim de julho em um IPO. Com as vendas nas lojas físicas abaladas pela pandemia, o grupo tenta chamar a atenção dos investidores para o desempenho on-line na crise.
Nas reuniões com os fundos, os executivos dizem que conseguiram atravessar o período de lojas fechadas com queda de “apenas” 30% do faturamento. Mas admitem que a estratégia cobrou um preço: tiveram que abrir mão das margens para que os estoques não ficassem abarrotados. A Farm, por exemplo, está oferecendo descontos agressivos na internet, de até 50%.
Nas reuniões, o Soma argumenta que a pandemia acelerou uma transição digital que já estava em curso. A participação do varejo on-line nas vendas do grupo subiu de 14% para 22% no período de 2017 a 2019.
Gato escaldado…
O desafio da dona da Farm será convencer investidores escaldados por reveses recentes de grupos de moda voltados para o público A. Este mês, a Restoque (de Le Lis Blanc e Dudalina) entrou em recuperação extrajudicial. No mercado, já se fala que a InBrands (Ellus e Richards) estaria perto de entrar em recuperação judicial.
Além disso, alguns observadores citam um obstáculo geográfico: fortes no Rio, as marcas do grupo Soma encontram familiaridade muito menor entre os consumidores da Faria Lima do que aqueles que frequentam as butiques do Leblon.
Fonte: O Globo