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Irmãs faturam R$ 2,5 milhões com consultoria ‘de ponta a ponta’ para empreendedores de primeira viagem

Victoria e Bárbara Bacchi são irmãs e, juntas, fundaram a Imã Building Brands, uma agência especializada em design, arquitetura e jornada do negócio. Depois de perceberem que restaurantes, hotéis e outros empreendimentos do setor do entretenimento e varejo eram grandes vítimas dos “erros de primeira viagem”, elas abriram em 2017 uma empresa para auxiliar pequenos e médios negócios de uma ponta à outra.

Tudo começou depois que a dupla descobriu que tinha veia empreendedora. Depois de conhecerem uma cafeteria famosa em Londres por seus copos de papel — similares ao que o Starbucks trouxe ao Brasil — e embalagens bonitas, as duas decidiram importar o modelo e ter seu próprio negócio. A cafeteria era uma extensão de uma loja de roupas, mas logo se tornou o foco dos visitantes. “Compramos cafés e embalagens muito caros, mas não investimos tanto na ficha técnica. E era ali que estava o nosso lucro”, fala Bárbara, sobre o que deu errado na primeira empreitada.

Segundo elas, o local era um espaço visualmente bonito, mas não entregava o que prometia. Por exemplo, o número e o posicionamento das tomadas não foi estrategicamente escolhido. Como lição, elas aprenderam que beleza precisa sempre estar aliada à usabilidade.

Percebendo que elas não eram as únicas a ter esse problema, decidiram iniciar estudos de mercado e entenderam que os setores de gastronomia e hotelaria eram as principais vítimas do combo foco no visual e abandono da performance. Elas passaram a dar mais atenção aos pontos fracos do negócio e otimizar as operações sem perder dinheiro. “No meio do caminho, as coisas foram dando certo na cafeteria e as pessoas começaram a nos pedir ajuda com nome, embalagens e dicas de negócio. Pensamos que poderíamos fazer uma empresa que respondesse a este ecossistema”, diz Bárbara sobre o nascimento da ideia da Imã Brands.

Antes de embarcarem no empreendimento, porém, ainda abriram um shopping focado em entretenimento em Balneário do Camboriú que era composto por 42 containers. “Nós começamos a entender com o que as pessoas realmente se conectavam a partir daí. Adicionamos experiências ao shopping, com baladas, locais para comer…”

Percebendo que o mercado possuía pessoas com capital para investir nas operações disponíveis para locação no shopping mas que tinham receio para dar o primeiro passo, elas iniciaram um projeto que, no futuro, se tornaria a Imã Building Brands. “A gente desenhava um pré-modelo com estrutura e design de tudo o que o shopping precisava. Quando chegava alguém interessado, avaliávamos no que ele queria investir e apresentávamos o projeto pronto. Aí, pensamos: ‘É isso’.”

Depois entenderem que a paixão que tinham era pelo trabalho dos bastidores, finalmente  fundaram a Imã Building Brands, para auxiliar PMEs a investir de maneira certa.

Restaurante Braza, localizado no Allianz Park (Foto: Bruno Fioravanti)
Restaurante Braza, localizado no Allianz Park (Foto: Bruno Fioravanti)

A agência atua desde a criação até a operação, passando por conceito da marca, estratégia de branding, planejamento, arquitetura de performance e implementação.

Muitas vezes, os clientes da Imã já estão familiarizados com o mundo dos negócios. “Nem sempre é alguém que nunca empreendeu. Às vezes, a pessoa não está mais lucrando ou tem um business muito ultrapassado, nós também fazemos essa reestruturação de negócios que já existiam anteriormente.” No caso de empreendedores novos, o diagnóstico busca entender preferências e personalidade de quem estará à frente do negócio, além de fatores como localização, contexto e público-alvo. “Nessa fase, é crucial que nos envolvamos pessoalmente. No fim, o empreendedor pode acabar se perdendo e não se conecta de forma emocional com o negócio dele.”

A agência trabalha com uma espécie de comanda, em que o cliente escolhe os serviços de acordo com sua necessidade. Isso faz com que o orçamento final dependa do investimento que cada empreeendedor pode e quer fazer, além das necessidades de cada negócio. A dupla afirma que caso o cliente não tenha recursos suficientes, a agência oferece um playbook para auxiliar na captação de investimentos externos. “Nosso intuito é fazer com que ele tenha 100% de autonomia, mas também realizamos um período de três meses de acompanhamento depois dos projetos serem entregues, além de pacotes mensais de gestão criativa para as redes sociais, cliente oculto e revisão de ficha técnica.” Explicam.

Hoje, a Imã tem mais de 70 projetos assinados para empreendimentos nacionais e internacionais e fechou 2021 com faturamento de R$ 2,5 milhões — para este ano, a projeção é alcançar os R$ 3,5 milhões. As empreendedoras contam que estão nos estágios iniciais de abrir um braço de operações próprias no setor de gastronomia e hotelaria em colaboração com investidores externos.

Fonte: Revista PEGN

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