A rede de academias de ginástica low cost Selfit, com sede em Recife (Pernambuco), planeja se listar na bolsa brasileira (B3) em busca de recursos para financiar seu plano de expansão, de acordo com documento publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira, dia 14.
É o terceiro pedido de IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) em quatro dias úteis. Na última quinta-feira, dia 9, a Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) protocolou o seu pedido de listagem na B3. Nesta segunda-feira, dia 13, foi a vez do terceiro maior grupo atacadista do país, a Tambasa, de Minas Gerais.
Desde o IPO da Oncoclínicas (ONCO3) no início de agosto, pela instrução 400 (para investidores qualificados e profissionais) da CVM, não houve mais ofertas iniciais na bolsa brasileira. Já são quatro meses de um ano que foi um dos mais movimentados da história antes da piora das condições de mercado.
A Selfit pretende utilizar cerca de 70% do dinheiro a ser levantado com a oferta para expansão orgânica, com o restante sendo empregado para comprar rivais, segundo o prospecto preliminar da oferta inicial de ações.
A transação será coordenada pelo UBS (líder) e pelo Bradesco BBI.
Fundada em 2012 pelo empreendedor Nelson Lins, a Selfit tem atualmente 65 unidades distribuídas em 15 Estados, das quais 38 no Nordeste. São mais de 100 mil alunos, segundo números do prospecto. Em 2015, recebeu um investimento da empresa de private equity H.I.G. Capital.
A companhia afirma no documento ter registrado receita líquida de 68,1 milhões de reais nos primeiros nove meses de 2021, com prejuízo de 43,8 milhões de reais.
A Selfit terá o desafio de atrair investidores em um momento ainda adverso e com turbulência no mercado. No fim de setembro, a segunda maior rede de academias low cost do país, a Bluefit, desistiu do IPO em que planejava movimentar 600 milhões de reais em razão da fraca demanda por parte de investidores.
Se concluir seu plano de listagem, a Selfit terá na B3 a concorrência — na disputa pela preferência do investidor na tese de empresas voltadas para o bem-estar — da Smart Fit (SMFT3).
A maior rede de academias da América Latina, com 2,76 milhões de alunos e mais de 1.000 unidades, estreou na bolsa brasileira em julho deste ano com uma oferta 100% primária que levantou 2,3 bilhões de reais. A totalidade dos recursos foi para o caixa da companhia, para financiar o plano de expansão.