Em carta enviada ao BC e ao Ministério da Economia, empresários pedem ajuda ao governo
Diversas associações de lojistas denunciaram a autoridades econômicas alta de juros por parte dos bancos, chegando a até 70%, em operações para o comércio. Segundo carta enviada ao governo na segunda-feira, a medida é contrária às iniciativas do governo, que pretendem ampliar a liquidez e facilitar o país a sofrer menos com a crise.
“Solicitamos atenção a despeito das medidas de injetar liquidez no sistema financeiro nacional, pois observa-se o aumento expressivo das taxas, com médias superiores a 50% e, alguns casos superiores a 70%, em operações habituais do varejo, tais como de capital de giro, conta garantida, antecipação de recebíveis, risco sacado, empréstimos 4131, entre outras operações. Entendemos que num momento de crise, as medidas adotas pelo Bacen devam caminhar juntas com as instituições financeiras”, afirmou a carta, cujo conteúdo foi antecipado pelo jornal “Valor Econômico”.
O documento foi endereçado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Assim a carta as seguintes associações: Abrasce (shoppings), IDV (varejo), CNDL (dirigentes lojistas) CACB (associações comerciais) e ABF (franquias).
A carta lembra que o governo se comprometeu a ajudar a economia neste momento de crise, afirmando que os setores de comércio e serviços somam 5 milhões de negócios no país, sendo responsáveis por cerca de 70% do PIB e mais de 26 milhões de empregos diretos.
“Nos questionamos sobre o prazo que os empregadores conseguirão sustentar a folha de pagamento, além dos custos com matéria prima, aluguéis, fornecedores, impostos e taxas e as obrigações com folha. É preciso liberar recursos para a população, usando as verbas consideradas no orçamento da União dirigidas à proteção do emprego, bem como os que deverão ser para serem utilizados nas atividades operacionais das empresas, visando a manutenção dos postos de trabalho”, afirma a carta, que entre outras medidas pede auxílio direto e flexibilização no pagamento de tributos. Eles também pedem crédito sem burocracia e com taxas especiais, para evitar demissões e o fechamento de empresas.