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Mateus cresce ‘mesmas lojas’ 10%; margem bruta e capital de giro têm piora marginal

O Grupo Mateus apresentou um segundo trimestre com notável crescimento nas vendas, embora tenha enfrentado pressão em sua margem bruta e um ligeiro agravamento no capital de giro.

Esse conglomerado, que engloba tanto atividades de supermercado quanto de atacarejo, viu sua receita líquida aumentar em expressivos 23,6%, totalizando R$ 6,4 bilhões. Surpreendentemente, suas vendas em lojas já estabelecidas (mesmas lojas) registraram um crescimento de 10%, apesar do ambiente desafiador no setor varejista de alimentos.

Este progresso se destacou especialmente no contexto em que seus principais concorrentes apresentaram quedas nas vendas em lojas já estabelecidas: 2% para o Assaí e 4,3% para o Atacadão.

A melhoria no desempenho relativo muitas vezes é atribuída à competição menos intensa no Nordeste em comparação com as regiões Sul e Sudeste. No entanto, o CEO Jesuíno Martins revelou ao Brazil Journal que há diversos outros fatores explicativos para essa diferença.

Martins enfatizou que a eficácia das campanhas publicitárias e a experiência de compra diferenciada têm sido elementos cruciais. Investimentos significativos em setores como açougue, padaria e peixaria têm sido uma constante. “Enfrentamos uma forte competição nas regiões Sudeste e Sul, mas a concorrência aqui no Nordeste também é intensa”, afirmou.

Ele também destacou que, apesar das altas taxas de juros e da deflação, a empresa tem sido capaz de aumentar tanto o volume quanto os preços. Dentro do crescimento de 10% nas vendas em lojas já estabelecidas, 7 pontos percentuais vieram do aumento no volume, enquanto o restante foi resultado de aumentos nos preços.

Apesar desse notável crescimento, o Grupo Mateus enfrentou uma diminuição de 0,8 ponto percentual na margem bruta em comparação ao ano anterior, caindo de 22,6% para 21,8%. Em contrapartida, a margem EBITDA aumentou de 6,8% no ano passado para 7,5% no momento atual.

No que tange à comparação sequencial, a margem bruta tem exibido um progresso notável nos últimos trimestres. No último trimestre do ano passado, a margem foi de 20,4%, impactada por promoções agressivas para reduzir os estoques, e no primeiro trimestre deste ano, ela foi de 21,1%.

Túlio Queiroz, o CFO da empresa, explicou que a melhoria sequencial na margem bruta se deve à resolução dos problemas de excesso de estoque e à maturação das lojas recém-inauguradas.

Pela primeira vez, o Grupo Mateus divulgou a rentabilidade das lojas que completaram um ano dentro da chamada ‘Nova Regional’, abrangendo todas as lojas inauguradas desde o IPO no Nordeste, exceto nos estados do Maranhão, Pará e Piauí.

Dentre as 26 lojas dessa região, sete completaram um ano e foram incluídas na análise. Queiroz revelou que essas sete lojas alcançaram uma margem EBITDA de 3,7% neste trimestre, em comparação com uma margem de 0 a 1% no primeiro trimestre.

A empresa espera que essas lojas alcancem os níveis de rentabilidade da empresa como um todo após três a quatro anos, à medida que amadureçam. Segundo ele, a menor margem atual dessas lojas se deve, em parte, às despesas administrativas, que ainda não estão totalmente diluídas em uma grande rede de lojas.

O ciclo de conversão de caixa do Grupo Mateus sofreu uma pequena piora no trimestre, com um aumento de 3 dias em relação ao trimestre anterior, totalizando 82 dias. Essa piora foi atribuída a uma diminuição no prazo de pagamento dos fornecedores, de 43 para 42 dias.

O estoque se manteve no mesmo nível do trimestre anterior, com um total de 90 dias.

No último trimestre do ano passado, o Grupo Mateus realizou um ajuste significativo nos estoques, o que melhorou substancialmente o ciclo de conversão de caixa. Para contextualizar, no segundo trimestre do ano passado, o ciclo de caixa estava em 97 dias, com estoques durando 102 dias.

A empresa também reportou um consumo de caixa de aproximadamente R$ 315 milhões no trimestre, com cerca de dois terços desse valor destinados a investimentos em expansão e o restante (R$ 114 milhões) associado ao capital de giro.

O Mateus havia consumido R$ 100 milhões no primeiro trimestre, após gerar quase R$ 1 bilhão no quarto trimestre do ano passado, resultado de esforços para redução de estoque mediante descontos mais agressivos.

Embora tenha ocorrido um consumo de caixa, a alavancagem do Grupo Mateus apresentou apenas uma leve piora, passando de 0,1x EBITDA para 0,3x, mantendo-se em um patamar saudável.

Durante o período de abril a junho, o Mateus inaugurou três novas lojas: dois atacarejos no Ceará (um em Fortaleza e outro em Maranguape) e um supermercado em Coelho Neto, no Maranhão. No primeiro trimestre, a rede havia aberto seis lojas.

Ilson Mateus, fundador e presidente do conselho, revelou que o plano é abrir um total de 28 lojas ao longo do ano, o que acarretará em um notável impulso na expansão durante o segundo semestre.

Ao final do período mencionado, as ações da empresa fecharam a R$ 7,97, resultando em uma capitalização de mercado de R$ 17,6 bilhões.

Fonte: Brazil Journal

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