O Mercado Livre (MELI34) anunciou na noite de terça-feira (24) a aquisição de 100% da plataforma de entrega de encomendas Kangu, ampliando sua atuação logística na América Latina em meio ao aumento da demanda pelo comércio eletrônico.
“O movimento vai ao encontro da estratégia da plataforma, que investe cada vez mais em sua malha logística para garantir eficiência aos vendedores e a entrega mais rápida do país aos seus milhares de clientes”, escreveu a companhia, em nota. Não foi informado o valor da compra.
A Kangu, que já atuava como parceira estratégica da varejista, conecta vendedores de e-commerce à sua rede de lojas de bairro parceiras, como petshops, papelarias dentre outros pequenos comércios.
Segundo comunicado, a empresa realiza entregas em até um dia para 2,1 mil cidades do Brasil, assim como faz entregas no mesmo dia para dezenas de localidades.
Atualmente, mais de 40 mil vendedores usam a rede da Kangu, nos três mercados onde a empresa atua (Brasil, Colômbia e México), que somam mais de 5 mil pontos de coleta e entrega, mais da metade deles no Brasil.
“A Kangu já exerce um papel importante em nosso ecossistema, conectando compradores e vendedores do Mercado Livre em mais de 5 mil pontos. A transação vai trazer ainda mais eficiência e capilaridade à nossa operação, que trabalha diariamente para levar a entrega mais rápida ao consumidor brasileiro”, destaca Renato Pereira, diretor de novos negócios do Mercado Livre, em nota.
Segundo comunicado enviado à imprensa, a receita da Kangu cresceu mais de 100 vezes em 2020 na comparação com o ano anterior. Além dos serviços de pontos de coleta e entrega, o modelo de negócio da empresa inclui ainda o transporte de produtos com o apoio de parceiros externos e a logística reversa.
De acordo com o Mercado Livre, o investimento tecnológico, sobretudo na gestão inteligente de dados, permitiu à Kangu otimizar as entregas e oferecer serviços complementares.
Após a conclusão da aquisição, que aguarda ainda aprovação das autoridades de defesa da concorrência, a gestão da Kangu continuará de forma independente, sob a liderança dos atuais co-CEOs.
Em relatório, o Itaú BBA escreve que a notícia é ligeiramente positiva para os papéis do Mercado Livre na bolsa americana, Nasdaq.
Segundo os analistas, o movimento ressalta o foco da empresa em melhorar sua logística no Brasil e adicionar centros de distribuição avançados à sua rede de logística de uma maneira “asset light“.
“Esse formato pode ser uma forma de a empresa não só melhorar o nível de serviço e resolver parte da questão da logística reversa (permitindo aos usuários devolverem os itens pelos Correios ou por lojas parceiras da Kangu), mas também, reduzir seus custos de entrega – com os produtos sendo despachados em menor distância e por rotas conhecidas e predeterminadas, semelhante ao modelo implantado por outros marketplaces em suas próprias lojas”, escrevem os analistas.
O time de análise destaca também que, embora a parceria do Mercado Livre com a Kangu já exista desde 2019, a aquisição cai permitir uma melhor integração com a plataforma, bem como a exclusividade do uso da tecnologia da Kangu.
Fonte: Infomoney