O consultor britânico John Elkington acredita que mudança para modelos de negócios mais sustentáveis partirá do setor privado
Os micro e pequenos negócios serão os responsáveis pelo aplicação de modelos mais sustentáveis. É o que aposta o “decano do movimento da sustentabilidade corporativa”, John Elkington. O consultor britânico participou da palestra “Sustentabilidade empresarial, uma visão ampliada para a prosperidade econômica das cadeias de valor”, realizada nesta quarta-feira, 17, no Fórum Encadear, do Sebrae, em São Paulo.
Segundo Elkington, essa mudança gerará resistência e será desafiadora, mas é inevitável. Além disso, o consultor acredita que a transformação partirá do setor privado, apesar do debate político e ações públicas serem inseparáveis desse tema.
“Não tenho como dizer como o restante dessa década e a outra vão ser, mas uma mudança irá acontecer. Liderança política é crucial, mas não sabemos de onde virá. Na minha visão, partirá do setor privado. E quanto mais nós atrasarmos essa mudança, mas difícil ela vai ser”, pontua.
Elkington também destaca o papel do Brasil quando se fala em sustentabilidade. Para ele, o país é pouco lembrado para a formalização de negócios nessa área e muito citado quando se fala de problemas, como desmatamento e perseguição aos ambientalistas. “Devido a sua imponência natural, não se assustem que a cada dia mais outros países passarão a se preocupar com o que acontece aqui (nessa área)”, previu, após citar os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e Dom Philips, mortos em junho no Vale do Javari, na Amazônia.
Quanto aos desafios dos negócios locais para a implementação de iniciativas mais sustentáveis, Elkington comenta que isso vai variar de acordo com o setor e também com as possibilidades de cada negócio.
“Precisamos discutir nesse fórum a falha na ação de mudanças climáticas. Podemos observar como diversas indústrias, especialmente a de seguros, despertaram para a importância da ESG (sigla em inglês que traduzida significa meio ambiente, social e governança) para os negócios. Não podemos ignorar este alerta, assim como fizemos com a pandemia”, finalizou.
Fonte: O Dia