Monalisa Gomes mora na Áustria e volta ao Brasil periodicamente para trabalhar e também passar tempo com os filhos
Quando tinha 10 anos, a mãe de Monalisa Gomes, Ivanilde, que trabalhava produzindo roupas em sua pequena oficina, fez questão de incluir um gasto no orçamento apertado da família. “Minha mãe disse que daria um jeito de eu estudar inglês pois ela sabia que seria importante para a minha carreira”, conta a general manager para Américas, Espanha e Portugal da austríaca Schauer Agrotronic, de equipamentos agrícolas. “Ela tinha razão. Hoje, minha casa é o aeroporto.”
A sede da Schauer, que fica na Áustria, é onde está a residência oficial, digamos assim, da executiva, que chegou ao cargo em 2021. Mas com frequência Monalisa Gomes passa 2 ou 3 meses fora de casa, entre Brasil, Estados Unidos e outros mercados atendidos. No Brasil é onde encontra tempo para ficar com seus filhos, Gabriel, de 14 anos, e Brenda, de 21 anos.
Para criar Brenda, que nasceu quando ela tinha 19 anos, Monalisa entendeu a importância das redes de apoio para mulheres como ela na época, que não têm condições para pagar por ajuda mas perseguem uma carreira. “Eu tive ajuda dos meus pais, da minha tia, da família toda, para fazer faculdade e começar a carreira. Esse afeto fez muita diferença, foi o meu grande privilégio.
Ter essa rede de relacionamentos e afetos fez parte da formação de Monalisa a possivelmente a ajudou a desenvolver qualidades que a levaram a ocupar um cargo no topo de uma multinacional. “Minha habilidade de negociação e de escuta me ajudou a chegar aqui”, diz, ao falar da aproximação da empresa austríaca com os mercados latinos e com os Estados Unidos. “Eu sei fazer essa tradução de culturas, compreender os públicos, ler os cenários. Isso é essencial hoje.”
Claro que ajudou também sua performance na também austríaca Fronius, onde atuou como CEO e, em 4 anos, levou a empresa do 23º lugar entre as 30 subsidiárias para a terceira posição.
A jornada de Monalisa
Primeiro cargo de liderança
“Em 2008 me tornei controller financeiro na Fronius.”
Turning point da carreira
“Em 2016, quando fui anunciada a próxima CEO da Fronius e consegui, com a minha equipe local, colocar a filial no “mapa” da empresa. Éramos a 23ª subsidiária (de 30) em faturamento em 2016 e, quando saí, em 2020 ocupávamos a 3ª posição no grupo.”
Causas que abraço
“Desenvolvo diversos projetos sociais com jovens e atuo como mentora para programas de desenvolvimento, como o Fundo Agbara, que atua promove emancipação, geração de renda e inclusão produtiva, e o Líder Negra, de apoio ao desenvolvimento de mulheres negras para posições de liderança.”
O que ainda quero fazer
“Estou apenas começando a minha carreira internacional, quero me consolidar como referência na minha área de atuação e colocar as unidades brasileiras em posição de destaque internacional nas corporações que eu passar, destacando a brasilidade como ativo estratégico desses negócios. E estou me preparando desde 2021 para assumir posições em comitês internacionais e conselhos de empresas nacionais e estrangeiras.”
Quem me apoiou
“Foram várias pessoas, entre meus pais e rede de apoio. No corporativo, a primeira pessoa que viu potencial e acreditou em mim foi meu primeiro CEO, o Wolfgang Niedrist que, em 2007, me desafiou a assumir a controladoria da Fronius no Brasil, minha primeira liderança formal.”
Fonte: Forbes