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Mulheres geram menos risco e maior retorno ao investir

Há uma percepção errônea de que as mulheres não são capazes de administrar finanças e investimentos

Quando as mulheres fazem parte das decisões financeiras de seus lares, empresas, fundos de investimento ou governos, o dinheiro é administrado de forma mais eficaz e eficiente. Os investimentos geridos por mulheres têm uma taxa de retorno mais elevada.

Investir não é um jogo no qual uma pessoa perde e outra ganha. Ao expandir quem está envolvido nas decisões e, quem está inovando, cria mais empregos, aumenta a competitividade e faz crescer a economia.

Estes são apenas dois pontos que Patience Marime-Ball e Ruth Shaber – CEO e conselheira, respectivamente, do Women of the World Endowment, fundo de investimentos focado em equidade de gênero em investimentos – fazem no livro “The XX Edge: obtendo maiores retornos e menor risco”. O caso que as autoras construíram é baseado em evidências e inclui muitos estudos, apontando para uma tremenda oportunidade perdida nos investimentos. Elas pedem aos homens que defendam que mais mulheres tenham assentos à mesa de tomadas de decisão.

“Conseguimos ver um desempenho mais consistente quando equipes com diversidade de gênero estão no controle da tomada de decisões financeiras e queríamos entender quais poderiam ser as características ou tendências que as mulheres trazem para a mesa”, disse Shaber. Está bem documentado, segundo elas, que as mulheres tendem a:

  • Ter um estilo de liderança colaborativo e aberto a mudanças.
  • Estar menos abertas ao risco.
  • Confiar em redes, influências descentralizadas e pessoas com egos mais calmos.
  • Fazer mais pesquisas.
  • Considerar o amplo impacto de suas decisões na sociedade.
  • Priorizar os resultados a longo prazo.
  • Tomar decisões mais ponderadas.

Estar mais próximo dos problemas que precisam ser resolvidos traz muito mais inovação para a mesa. As mulheres estão mais próximas de muitos dos desafios mais significativos do mundo. “É o caso da educação, da saúde, da economia do cuidado e do meio ambiente”, disse Marime-Ball. “Elas estão na linha de frente.”

“Se as pessoas que tentam resolver os problemas forem todas iguais, elas perderão oportunidades que a diversidade traz”, disse Shaber.

Mulheres tendem a investir em mulheres

Um vasto recurso está sendo subutilizado: as mulheres como fundadoras, executivas, funcionárias e investidoras. Aquelas mais ricas investem de maneiras a produzir impactos positivos e duradouros em famílias e em setores como saúde e economia do cuidado. Pense em Mackenzie Scott e Melinda French Gates. “A beleza do que descobrimos nos dados foi que os impactos desses investimentos estão em todas as classes e setores de ativos”, disse Marime-Ball. O livro amplia as intervenções específicas que reduzem o risco e, ao longo do tempo, mostra que o desempenho delas é melhor em todos os tipos de espaços.

“Isso não pretende ser uma estratégia de substituição, mas sim de que a diversidade deve crescer em partes da economia”, afirma Shaber. “Dados mostram que, com o aumento de 20% de mulheres na força de trabalho nas últimas três décadas, a participação masculina diminuiu menos de 2%.”

Estudos mostram o desempenho superior das empreendedoras do sexo feminino. No entanto, apenas 2,2% do VC (venture capital) vão para equipes exclusivamente femininas e 18,5% para equipes que tenham lideranças femininas. Equipes masculinas obtêm quase 80% dos investimentos de venture capital nos EUA, segundo o painel sobre VC feminino nos EUA da companhia de dados financeiros PitchBook.

Os VCs tendem a investir em empreendedores que refletem suas origens e identificações demográficas. As firmas de venture capital que aumentaram o número de sócias em 10% viram um aumento anual de 1,5% nos retornos dos fundos, além de 9,7% a mais nos lucros.

Investidoras assumem menos riscos

Embora vejamos mais mulheres se tornando tomadoras de decisão em investimentos de VC – 16,2% são mulheres, de acordo com um relatório da PitchBook –, os ativos sob a gestão delas são patéticos. As mulheres supervisionam 1,6% dos ativos de private equity, de acordo com dados da fundação norte-americana Knight Foundation.

“Quando as instituições financeiras estenderem o capital de dívidas para investidoras, você terá menos empréstimos inadimplentes e menos inadimplência nas carteiras”, disse Marime-Ball. “Como as mulheres tendem a tomar emprestado a quantidade certa de capital, elas tendem a administrar seus negócios com mais eficiência e eficácia.”

No entanto, as empresárias têm menos probabilidade de serem aprovadas para empréstimos e são cobradas taxas de juros mais altas a elas. Há uma percepção errônea de que as mulheres não são capazes de administrar finanças.

“É importante ver as mulheres como agentes e impulsionadoras de soluções do mercado. Se pudermos mudar esse paradigma, veremos o capital fluindo para soluções lideradas por mulheres e que têm diversidade de gênero”, disse Marime-Ball.

Fonte: Forbes

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