Volume global de ECM foi de US$ 155 bilhões, sem listagens acima de US$ 1 bi nos EUA pela primeira vez desde 2016
As emissões de ações no mundo somaram US$ 115 bilhões no segundo trimestre, o menor volume desde o quarto trimestre de 2011. No mesmo período do ano passado, o volume havia sido de US$ 369 bilhões, segundo a Dealogic. A soma de América do Norte e Europa é a pior desde 2009, com US$ 47,3 bilhões em ECM, queda de 30% em relação ao primeiro trimestre já fraco.
A política monetária em grandes mercados, guerra na Ucrânia e a maior volatilidade de ativos em geral afetam diretamente o apetite por renda variável. O índice Vix passou a maior parte do trimestre acima de 30 pontos – “no-go area” para os bankers de ECM.
O volume de IPOs caiu 73% na comparação anual e 33% relação ao primeiro trimestre. A atividade se concentrou no Oriente Médio para ofertas iniciais, com duas das três maiores ofertas, enquanto em outros países a atividade das equipes nos bancos se resumiu a alguns block trades. Não houve um IPO sequer acima de US$ 1 bilhão na China ou nos Estados Unidos – o que não acontecia desde o primeiro trimestre de 2016.
Os follow-ons responderam por US$ 71,6 bilhões, 62% da atividade total, puxados pela chinesa Contemporary Amperex, a Dubai Electricity and Water Authority’s nos Emirados Árabes, e por Eletrobras no Brasil.
Enquanto no ano passado as Spacs ajudaram a movimentar as áreas de ações nos bancos, a lupa regulatória e o desempenho negativo de parte desses veículos acabaram afetando os volumes de novos negócios – foram 15 novos Spacs listados no período no mercado americano, menos de 15% da atividade vista um ano antes.
No Brasil, além da Eletrobras, outras cinco companhias conseguiram emplacar follow-on no segundo trimestre – Fras-le, CBA, Eneva, PetroReconcavo e CVC. A expectativa dos bancos é de block trades e eventualmente follow-ons nesse terceiro trimestre, com uma potencial reabertura para IPOs ao fim do quarto trimestre, já com a revisão de projeções do mercado após a eleição presidencial. Os dois IPOs que estavam engatados no segundo trimestre – Corsan e BRK Ambiental, foram cancelados.
Fonte: Pipeline Valor