Com capital aberto desde o ano passado, a se tornou uma queridinha dos investidores brasileiros na bolsa de valores. Não é por acaso. Desde que estreou na B3, em março do ano passado, a companhia viu suas ações dispararem. Em menos de um ano, os papéis já se valorizaram 493%. Neste ano, mais empresas de tecnologia vão realizar seus IPOs. Será que uma nova Locaweb pode surgir?
Para especialistas em ações, este pode ser o grande ano da bolsa de valores brasileira para as startups de tecnologia. Vale lembrar que, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, a B3 viveu o seu segundo melhor ano em 2020 em relação ao número de IPOs realizados. Foram 28 aberturas de capital realizadas no ano passado. O número só é inferior ao ano de 2007, quando 64 empresas se tornaram públicas.
Repetir o sucesso da Locaweb, no entanto, não será uma missão das mais fáceis. “Trata-se de uma empresa que entrou e entregou. E eu me sinto pressionado para continuar entregando resultados”, afirma Fernando Cirne, CEO da Locaweb. Ele discorda que o sucesso da empresa na B3 tenha preparado o terreno para a abertura de capital de outras empresas de tecnologia do Brasil. “Eu acho que geramos uma pressão, isso sim.”
Mosaico Tecnologia ao Consumidor (MOSI3)
A Mosaico Tecnologia ao Consumidor definiu nesta semana a faixa indicativa do preço de suas ações no IPO previsto para ser feito no dia 5 de fevereiro. Serão 45,4 milhões de ações negociadas por preços entre 15,40 e 19,80 reais cada uma. Com isso, espera-se uma arrecadação de 800 milhões de reais. Mais dois lotes com 9 milhões e 6,8 milhões de ações podem ser colocados à venda posteriormente. A oferta está sendo coordenada pelos bancos BTG Pactual, Itaú BBA, J.P. Morgan e Goldman Sachs.
Dona dos sites Zoom, Buscapé e Bondfaro, a companhia deve utilizar parte do dinheiro para quitar o financiamento da aquisição do Buscapé e o restante para ampliar as operações. Financeiramente, a operação obteve receita líquida de 160,7 milhões de reais nos primeiros nove meses de 2020 ante 59,3 milhões de reais em 2019. A empresa é lucrativa. No período de três trimestres em 2020, obteve caixa positivo de 33,8 milhões de reais ante 1,8 milhão de reais no ano anterior.
Intelbras (INTB3)
Fundada em 1976, a veterana da lista é a Intelbras. A fabricante de dispositivos eletrônicos finalmente planeja atuar no mercado de capital aberto. A previsão também é arrecadar mais de 1 bilhão de reais com o IPO e as ações devem ser precificadas entre 15,25 e 19,25 reais cada. Considerando a média de 17,25 reais por ativo, a previsão é arrecadar mais de 1,2 bilhão de reais. O IPO, marcado para 4 de fevereiro, está sendo coordenado pelos bancos BTG Pactual, Santander Brasil, Itaú BBI e Citigroup.
Presente em 98% das 5,5 mil cidades brasileiras, a empresa comandada por Altair Silvestri é composta por uma rede com mais de 370 distribuidores e 80 mil revendedores credenciados – responsáveis por quase 75% das vendas. São 3.500 funcionários. Nas cifras, o faturamento dos primeiros nove meses de 2020 aumentou 20,2% para 1,46 bilhão de reais. Já o lucro líquido do período subiu 2,6% e ficou em 121 milhões de reais.
Bemobi (BMOB3)
Mais recentemente, a Bemobi divulgou o seu prospecto de abertura de capital. Fundado em 2015, o clube de assinatura de aplicativos quer movimentar mais de 1 bilhão de reais com sua oferta inicial de ações prevista para o dia 10 de fevereiro e coordenada por BTG Pactual, Morgan Stanley, XP Investimentos e Itaú BBA. Serão 49,7 milhões de ações que devem ser ofertadas por algum valor entre 17,60 e 23,10 por ativo. Outras 17,4 milhões podem ser ofertadas em lote secundário.
Entre janeiro e setembro de 2020, a companhia que faz parte do grupo norueguês Otello e tem parceria com empresas com Disney, Rovio, Viacom e AngryBirds, teve receita bruta de 198,2 milhões de reais, 11% a mais ante 2019. A receita líquida foi de 186 milhões de reais. A companhia é lucrativa. Ao fim dos primeiros nove meses do ano passado, o lucro líquido ficou em 38 milhões de reais, 35% a mais do que no ano anterior.
Fonte: Exame